Sempre quis ter muitos filhos... gosto de casas cheias, com muito movimento...
Sou de opinião em que se tivermos todas as condições reunidas devemos de os ter todos de seguida, primeiro porque se tornam mais unidos, mais cúmplices, segundo porque as brincadeiras são as mesmas e acabam por partilhar todas as fases da sua vida, terceiro porque nós pais acabamos por "viver" as fraldas todas de uma vez e por fim porque também acabamos por ter várias "vidas", a vida de sem filhos, a vida de com filhos e a vida em que os temos mas de uma forma mais autónoma, que nos permite viver outras coisas.
Quando o T nasceu percebi que talvez dois anos entre ele e um irmão era muito tempo, ele precisava de ter alguém perto da sua idade para o acompanhar, para o integrar nas brincadeiras e nas saídas da juventude..
Enfim.. queria muito ter outro filho!!
Mas tantas questões se levantavam...
Será que irei passar pelo mesmo?
Será que vou gostar do outro da mesma maneira?
Será que tenho "tempo" suficiente para conseguir dedicar a duas crianças?
Será que estou preparada para voltar às noites sem dormir?
Acima de tudo será que tenho assim tanta força?!?
Sem pensar muito, sabia que ano e meio seria o ideal para dar um mano ao Baby T...mas também não quis fazer demasiados projetos...
Agosto seria o mês, senão acontecer, que seja em Janeiro então...
Mas sinceramente não pensei muito sobre o assunto, estava tão bem com o Baby T que acabei por não pensar muito no assunto...
Dia 27, decidi fazer o teste, apenas porque talvez estava mais sensível... esperei uns minutos, e quando olhei tinha ali duas riscas... "não pode ser..." "deixa lá ver as instruções..." "ok, respira.. é melhor pedir ao B para trazer um daqueles que diz as semanas"...
Eu:"B podes passar na farmácia?
B: Sim.. o que queres?
Eu: Um teste de gravidez
B: Lol
Eu: Estou a falar a sério...
B: Jura?!?
Eu:Sim!!!"
E assim os dois confirmámos, que vinha aí um mano para o T!!
Ficámos muito felizes, demos um abraço daqueles muito fortes mas sem transmitirmos nada um ao outro os nossos corações tremiam por dentro... era inevitável aquele medo não nos acompanhar...
Uma coisa decidimos naquele momento, só o iríamos partilhar com a família direta e com alguns amigos mais próximos a notícia, pois por opção iríamos querer fazer a amniocentese.
Mantive os meus médicos, mantive tudo... como sempre disse de nada valia tentar arranjar culpados para o que me tinha acontecido.
Falei com o meu obstetra, Dr. JL e também foi a favor da amniocentese. Estava disposta a correr os riscos inerentes mas tinha necessidade de ter certezas!!
E assim passei o primeiro trimestre a medo, com dúvidas mas também convicta que ia correr tudo bem, talvez porque todos os marcadores estavam perfeitos mas os do T também tinham estado...
Sexta-feira, 13, seria o meu dia de sorte!! E assim foi... a Dra. SZ disse-me que a amniocentese era um exame em que a dor não seria física mas sim no coração, e isso custou ouvir!! E foi verdade..no momento em que espetaram a agulha, e vi aquele líquido que era do meu bebé a sair, a dor foi sem dúvida no coração... mas sabia que seria para o bem de todos. Seguiram-se dias de repouso mas tudo correu bem!!
E Sexta-feira, dia 27, três meses depois de descobrir que estava grávida, recebo o tão esperado telefonema, "Muitos Parabéns, o cariótipo do seu bebé é normal e vêm aí um mano para o T"
E assim naquele dia "ganhámos" o Euromilhões!!
Agora sim.. posso desfrutar da gravidez e dizer a todos que o T vai ter um mano!!