“Sra.
Enfermeira: - Porque razão o meu filho vai para escola e constantemente fica
doente?!”
Esta é uma pergunta realizada por vários pais…tentarei responder,
ainda que não seja possível uma resposta absoluta. Ainda que existam fatores
que nos permitam referir relações causais, estão sempre dependentes de
variáveis como seja: idade da criança, condições ambientais oferecidas pelo
espaço físico da escola, tempo de permanência na escola…entre outros!
Será a ida para a
escola uma “porta aberta” à doença?
Talvez possamos falar de idade da criança e uma maior suscetibilidade
à contaminação. As crianças, quanto mais pequenas, mais suscetíveis se tornam. Antes
de mais, apresentam um sistema imunitário mais imaturo, logo não tão “eficaz”.
Podemos depois falar em comportamentos característicos, em crianças
muito pequenas, que as tornam mais suscetíveis. Nelas existem poucas barreiras
no contato com o outro. São exemplo: excesso de salivação e por sua vez troca
de fluidos com outras crianças; troca fácil de
brinquedos (muitas vezes contaminados) que passam rapidamente de mãos em mãos e
das mãos para a boca; troca de chupetas, forte dependência de um cuidador
adulto, que por sua vez cuida de várias crianças num mesmo momento! (ele
próprio é possível veiculo de propagação posterior).
Os sistemas de climatização
existentes são também por si só uma facilidade na propagação viral.
O “positivo” é que com o passar do tempo as resistências
vão aumentando e como tal as situações de doença reduzindo.
Ir ou não ir à
escola?
Como referido ao longo desta nossa “conversa”, a propagação das
doenças virais, é particularmente fácil quanto menor é a idade da criança. Ora,
por mais cuidados que possamos ter, a transmissão acontece, tanto entre as
crianças, como entre as crianças e os seus cuidadores (auxiliares,
educadoras…).
Assim, se possível, quando a criança apresenta sintomas de doença
deverá ser resguardada, protegendo-se a sí e a toda a comunidade escolar.
Como já percebemos (aqui) uma “virose” pode-se considerar
benigna, mas pode causar muitos “estragos”. Vamos fazer para que sejam mínimos
estes estragos, para a própria criança e para os outros.
Escola
e Enfermeira …
A existência de uma articulação entre a enfermeira e a escola está
preconizado nos programas de saúde escolar. A existência desta parceria permite
às nossas crianças receberem formação sobre medidas de prevenção da infeção.
Sim é verdade! Crianças com três anos podem ser instruídas sobre as práticas de
lavagem das mãos, de como se deve tossir e espirrar (pôr o cotovelo), bem como, técnica
correta de lavagem do nariz (assoar), sabendo que estes comportamentos são
importantes para evitar a propagação de micróbios.
Nas Escolas devem ainda ser preconizadas medidas de controlo de
infeção que passam por uma vigilância mais apertada dos contatos entre crianças.
Na escola do seu
filho existe saúde escolar? Gostava que houvesse? Sugira e fala com a direção
acerca desta parceria!
Enquanto família também podem fazer aprender e cultivar os comportamentos
preventivos de doença. Aconselhe-se com o seu profissional de saúde de
referência!
Enfermeira Especialista Ângela Baptista
b_a_badobebe@hotmail.com
Breve referência bibliográfica:
Amorim KS et al, Análise critica de investigadores sobre doenças infeciosas respiratórias em crianças que frequentam creche -Jornal de Pediatria - Vol. 75, N”5, 1999
Oom, P. - O Infectário, 2016.
Sem comentários:
Enviar um comentário