A primeira noite fora

27.1.19
Foi na 5ªfeira que de uma forma indirecta o T mostrou a vontade de ir para casa da sua terapeuta.

Assim que chegou ao carro (da terapia) começou a chorar e a pedir para ir com a Pipa como carinhosamente lhe chama.

Nunca antes o tinha feito.

O que é certo é que eu e a F conversámos sobre essa vontade e ambas concordámos que no dia seguinte o T iria com ela passar a noite e o Sábado.

De manhã assim que acordou, segredei-lhe ao ouvido e contei-lhe que hoje dormia com a Pipa, aqueles olhos brilharam tanto que chegaram-me a ofuscar tal era o seu brilho.

Abriu o sorriso e disse-me que queria muito. Assim que me despedi disse-me que ia fazer "óó" à Pipa.

Apertei-o com força, dei-lhe um beijinho e disse-lhe para que se divertisse.

Assim que fechei a porta, o meu coração ficou apertado, não por falta de confiança, pelo contrário, mas porque custa-me sempre deixá-lo ir.

Era algo que queria muito e eu apenas lhe fiz a vontade. Por mais que me custe o T não é propriedade minha, é propriedade sua e merece voar sozinho e estar com pessoas que o façam feliz.

Pelos vídeos e fotografias que a F foi enviado deu para perceber que ele estava verdadeiramente feliz.

Sei que brincaram até à exaustão e que ambos se divertiram muito, foram a sobra um do outro todo o tempo.

Já passava das 23h e o T estava tão excitado de estar em casa da sua Pipa que não queria dormir e de manhã pelas 7h já andava a pé a pedir para ir passear.

O que é certo é que aproveitaram o bom tempo para desfrutar dos jardins, ele a Pipa e a sua cadela.

Estava radiante e o dia foi passado a correr atrás da Cacau (cadela da Pipa) entre várias brincadeiras.

Claro que na hora de sair sentou-se no jardim a chorar porque não queria vir embora.

Chegou a casa feliz  mas assim que percebeu que a Pipa ia sair voltou a vestir o casaco e os sapatos e só chamava por ela. Quando percebeu que ela já não estava chorou porque queria ir com ela.

Mas o cansaço era tal que adormeceu ao meu colo, sempre com a Pipa na ponta da lingua.

É incrível a relação destes dois, é das verdadeiras e das que já pouco se fabricam. Uma relação entre uma criança e uma terapeuta que passou o lado profissional para o pessoal de uma forma mágica.

Em que o T tem a perspicácia para perceber que a Pipa amiga é diferente da Pipa terapeuta.

Uma relação à base de confiança e de um amor único a destes dois e que assim seja para toda a vida.










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