A vida dá muitas voltas e é certo que nunca sabemos ao certo como será o dia de amanhã.
Sempre ambicionei ser mãe a tempo inteiro e já vos tinha dito o quanto gostava mas infelizmente por questões financeiras nunca se proporcionou. As terapias do T são mais que muitas e se as quero manter não posso ficar sem o meu rendimento.
Contudo desde que a minha avó ficou doente que me vi obrigada, de um dia para o outro a ser mãe a tempo inteiro.
E por incrível que pareça todas os meus braços direitos (avó e mãe) foram-se como se de um piscar de olhos se tratasse.
Não foi fácil perceber que a partir daquele dia era só eu e o meu marido, mais ninguém...
Não havia ajudas, a minha avó que é quem cuida do FM deixou de o poder fazer por motivos de saúde (espero que fique boa rápido) e a minha mãe além de doente (também) precisa de ajudar no seu tempo livre a minha avó.
E foi assim que perdi estas ajudas que tornavam os meus dias mais simples e descomplicados.
Contudo a vida é feita de percalços e é neles que encontramos muitas vezes oportunidades. Tudo isto "obrigou-me" a ser mãe a tempo inteiro.
O FM tonou-se a minha melhor companhia e todo o tempo é passado com ele. Com este frio pouco temos saído de casa mas brincadeiras e muito mimo não têm faltado. Está a ser muito bom e gratificante estar mais tempo com o FM. Como o T está na escola o tempo que passo com ele é o mesmo que anteriormente.
Tem sido uma experiência rica como mãe, a criatividade que é preciso para entreter uma criança tem de ser mais que muita e aos poucos e poucos as ideias começam a faltar mas mais que brincadeiras o simples facto de estar no sofá embrulhados um no outro é o suficiente para nos sentirmos felizes.
Este meu tempo com a família tem-me dado mais do que retirado, comecei a ter tempo de qualidade para lhes preparar o jantar com calma, o meu stress e falta de paciência deixou de existir e os dias da semana passaram a serem tranquilos onde me consigo deitar com a sensação que dei o meu melhor aos meus filhos e à minha casa.
Perdi o meu tempo, os almoços independentes com as amigas e ao meu ritmo, perdi alguns compromissos profissionais mas ganhei uma tranquilidade superior a isto tudo. E se há coisa que não tem preço é esta.
Hoje sei que se precisar de fazer alguma coisa já não posso contar com a minha avó ou a minha mãe, tenho de me virar sozinha, deixei de ser a neta ou a filha e isso fez com que crescesse e amadurecesse ainda mais como mãe e pessoa.
Não vou mentir que não há dias que não sinto saudades de uma maior liberdade de movimentos e de sentir aquele apoio que está sempre a um passo de um piscar de olhos mas depois sinto uma paz de espírito tão grande que me esqueço logo de seguida dessa "liberdade".
Não sei quanto tempo estarei dedicada à família mas uma coisa tenho como certa irei aproveitar cada segundo ao máximo.
E apoio do lado paterno não tem?
ResponderEliminarInfelizmente é um apoio muito relativo 😘
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