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A força da Amamentação

A amamentação consegue ser dos assuntos mais controversos da maternidade.

Há quem dê por gosto, há quem o faça por "obrigação" e há quem simplesmente mande secar o leite. 
Todas estas decisões são válidas, acredito que uma mãe não se meça por dar de mamar ou não.

Contudo sou a favor da amamentação, primeiro porque é algo provado pela organização mundial de saúde do seu benefício para o nosso filho. E embora o leite adaptado esteja em constante aperfeiçoamento a sua fórmula e por mais boa que seja, há coisas que só a mama consegue dar, e não sou eu que o digo são as próprias marcas que o afirmam. Segundo sentir que aquele momento é só nosso é de um valor incalculável e isso não se sente através de um biberon. 

Mas para amamentar é preciso querer, perceber os seus benefícios e acima de tudo ter uma estrutura emocional forte porque é muito fácil para uma recém mãe ceder ao leite adaptado só porque sim. Infelizmente nos hospitais é mais fácil dar para a mão de uma mãe um biberon do que ajudá-la com a pega.

E aqui não condeno as mães mas sim a falta de sensibilidade que se tem nos hospitais e isso é muito fácil de se ver nos hospitais que não são "amigos do bebé".

O processo da amamentação pode ser fácil mas também pode ser atribulado, depende de vários factores, são subidas de leite difíceis, das dores que sentimos como se agulhas se tratassem, horas infinitas de mama que nos levam completamente à exaustão.

E aqui precisamos de ser fortes, de perceber acima de tudo o que queremos para nós e para os nossos filhos e no caso de querermos amamentar devemos de procurar ajuda em enfermeiras especializadas em leite materno ou mesmo uma CAM - Conselheiras de aleitamento materno para tentar perceber o o nosso corpo e os sinais do nosso bebé.

Não podemos duvidar de nós próprias pois o leite fraco é dos mitos maiores da maternidade pois é algo que não existe. O nosso corpo apenas vai fornecer o necessário para aquele bebé.

Há bebés que procuram mais vezes o peito não porque estão com fome mas como forma de aconchego e isso é muito importante perceber para que não duvidemos do nosso leite.

Se a nossa decisão for não continuar, pelas dores iniciais, pela privação que sentimos ou por outro motivo que seja só o temos de admitir e não nos sentirmos inferiores a outras mães que decidem amamentar.

Felizmente que uma mãe não se mede pela amamentação!



Dei mama aos meus filhos e quero muito dar à MC. Tive duas experiências completamente diferentes, a do T correu super bem e ele mamou até aos cinco meses mas admito que fui fraca e deixei-me levar pelos comentários "ainda mama?" "O teu leite já não o alimenta"? "O teu filho precisa de mais quantidade que a que tu lhe dás" "Não conheço ninguém que tenha amamentado tanto tempo". Todas estas perguntas invadiram a minha cabeça até que cedi à pressão e desmamei o meu filho de um dia para o outro. Hoje arrependo-me e tenho a certeza que apenas fui uma mãe de primeira viagem sem a informação suficiente para ter força para seguir em frente.


Do FM embora tenha sido um início mais controverso porque assim que nasceu não largou o peito, o que fez com que o meu peito ficasse muito sensível, cheguei a chorar várias vezes só de pensar que ele iria mamar, mas isso não me fez baixar os braços, chamei por duas vezes uma CAM a casa, e continuei até que as dores passaram e a partir daquele momento deixei-o mamar até ser ele a dizer que não queria mais.  Deixou de mamar aos dois anos e foi das minhas melhores experiências.

A força de uma mãe nunca deve ser posta em causa, tenho uma amiga que em termos de amamentação merece uma vénia pela sua resiliência pois a sua filha adormecia (ferrada) sempre na mama e começou aos poucos e poucos a perder cada vez mais peso ao ponto de o pediatra falar em internar e teve mesmo de se usar o biberon para contornar a situação e assim não adormecia mas já não quis voltar mais à mama contudo nunca quis outro leite que não o da mãe. Tinha sido mais fácil desistir mas a força foi tão grande que passado um ano essa mãe continua a tirar o leite várias vezes ao dia para dar o leite à sua filha. Se isto não é força não sei o que é...

A maturidade levou-me a dar a mama em qualquer lado, sem privações e isso ajudou também a descomplicar pois o FM sempre mamou em livre demanda.

Não sei como será a MC, só sei que estarei confiante que vai tudo correr bem, sem medos da pega ou que o meu leite seja suficiente. Não irei ceder a pressões e quero muito que seja ela a dizer-me com o seus olhos quando não quiser mais tal como o irmão.

Ser mãe de dois, três, dá-nos uma maior confiança em nós próprios.

E na dúvida é seguir o nosso coração...











6 comentários:

  1. Olá acompanho a pouquíssimo a sua página...e estou adorar são uma inspiração... Em relação a amamentação partilho da mesma experiência na minha primeira filha também so amamentei aos 4meses ... Mas agora passado 8 anos estou a viver novamente essa experiência fenomenal e estamos a chegar aos 9meses sim já ouço mts comentários mesmo da minha família...Mas estou decidida enquanto a L quiser vai ter♥️♥️ continue assim com essa força inspiradora... Beijinhos

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  2. Ainda hoje continuo a ouvir comentários do género “não tive leite para amamentar o meu filho, por isso tive de lhe dar suplemento...”! Todas as mulheres têm leite, quanto mais eles mamarem mais produzimos leite! E todos os bebés após o nascimento perdem peso é super normal! Sou completamente a favor da amamentação! Da minha primeira filha por ser mãe de primeira viagem fizemos amamentação exclusiva até aos 4 meses (que me arrependo de não ter dado exclusivo até aos 6meses mas a pressão era muita) e em complemento com comida até aos 12 meses e agora do meu 2.º filho mamou exclusivamente LM até aos 6meses e agora com 19 meses continuamos lindamente com a maminha!
    É verdade dói muito no início mas depois torna-se o momento mais prazeroso entre mãe e filho!

    Nada se consegue sem trabalho e persistência!
    As mães que estão nessa fase não desistam! Cama compartilha ajuda muito ao processo!

    Um bj Andreia e felicidades!

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  3. Não pude dar mama á minha MC porque assim que nasceu ficou internada até aos 2 meses e pouco, não por causa da Trissomia mas porque nasceu com leucemia e com 10 dias estava a fazer quimioterapia e nem lhe podia tocar.

    Não lhe dei mama, nem peguei na minha filha ao colo até ele ter 1 mês e meio ��

    Assim que nasceu, as enfermeiras puseram-na a mamar para incentivar e desenvolver a pega e ela pegou logo muito bem, foi a melhor sensação que tive até hoje e a mais curta também, depois só deixaram mais uma vez antes da quimio.

    Até hoje, e acho que para sempre, vou guardar aquela sensação cheia de saudade.
    Não há melhor momento que esse, que nos enche por completo.

    Não sei se com o tempo iria ser doloroso mas, até ter, tentei tirar leite todos os dias (até fazer ferida), mas devido a toda a situação e sem o mamar do meu bébé, o meu leite secou muito rápido.

    É das coisas que mais falta sinto, porque para além de tudo o resto, é um elo que nos liga para sempre e a minha MC não o pôde ter.

    Bjinhos ��

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    1. Sem dúvida!! Atendendo às circunstâncias é normal ter secado. Um grande beijinho

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