Confesso que não foi hoje que desfraldou mas sim há três meses mas queria perceber até que ponto não seria um possível "falso alarme".
Acredito que cada criança tem o seu ritmo e que deve ser respeitada. Por vezes a nossa "pressa" pode criar insegurança e causar uma baixa auto estima aos nossos filhos sem que para isso nos apercebamos desses efeitos negativos que lhes estamos a causar.
O desfralde do FM foi de um dia para o outro, um dia estava a usar fralda, no outro já pedia para fazer e aos dois anos desfraldou sem truques e técnicas.
Já o T desde que iniciou a escola que estávamos a tentar. Foi um ano e meio de avanços e recuos. Quando achávamos que já estava controlado, voltávamos à estaca zero.
Foi várias vezes emocionalmente desgastante para todos.
No Inverso era tudo mais complicado e desistia e assim voltávamos à cueca fralda mas mantendo a rotina de o levar à casa de banho e de lhe perguntar se queria fazer xixi ou cocó e a resposta era sempre a mesma "não".
Chegava a perguntar e minutos depois fazia nas cuecas.
Entretanto aceitei o facto de ainda não ser o seu tempo e senão sinalizava a sua vontade, era difícil de controlar.
A ideia de o meter de x em x tempo no bacio não era algo que me agradava, pois senão sinalizava, como é que ele assim ia conseguir fazer?
Depois custava-me andar constantemente a caminho da casa de banho quando havia um mundo lá fora para ser explorado.
Baixei os braços. Respeite-o e dei-lhe tempo. Passei a aceitar sem "medos". Estava tranquila com a minha decisão e igualmente orgulhosa do meu filho.
Sem dramas. Era a nossa realidade e só a tínhamos de aceitar.
Entretanto os meses foram passando e o T começou a crescer cada vez mais cognitivamente, conseguia expressar-se, percebia tudo o que lhe dizíamos e o meu marido achou que já não havia justificação para o uso das fraldas.
Acreditava que já não era uma questão de preparação ou de falta de percepção mas sim de uma preguiça do T. Não concordei e disse-lhe isso.
Ele insistiu comigo que este ano ia desfraldar porque já estava na altura. No dia seguinte foi deixar o T na escola e avisou a educadora que não existiam mais cuecas fraldas mas sim cuecas. E assim foi, com muitos descuidos pelo caminho e alguma paciência, passado umas semanas o T começou a sinalizar, sempre que o fazia era uma festa, quase com direito a bolo.
Ele adorava aquele momento de festa! Já tudo festejava...até o FM!
E assim de repente, quase sem avisar, o desfralde foi feito!
Foi uma vitória do meu marido, foi ele que insistiu e foi ele que acreditou que o T já estava preparado.
Ainda existem alguns descuidos (muito poucos) mas não me aborrece. Nunca mais usou fraldas e isso para mim é o desfralde em pleno.
O FM ainda hoje também tem descuidos porque muitas vezes a brincadeira é mais importante que uma ida à casa de banho...
À noite ainda não foi feito o desfralde, eles ainda fazem muito durante a noite e eu confesso que não ando com muita vontade de lavar lençóis atrás de lençóis.
Vamos com calma e assim que as fraldas vierem secas deixamos de as usar. Neste momento vou substituir a fralda pela cueca fralda, reduzir na água a partir de uma certa hora e explicar-lhes que agora já não têm fralda.
Vamos ver como corre, sem pressas.