O meu maior orgulho

3.10.19
O T ensinou-me a ser mãe, a ver o mundo com outras cores e a viver de outra forma.

Com ele já chorei, tive medo, tremi vezes sem conta mas nunca duvidei, nunca em momento algum pestanejei sobre o seu potencial!

Acreditei! Mesmo quando me disseram que se tivesse que escolher "o meu filho por catálogo, nunca o escolheria".

Ergui-me com força, sorri para ele e desde esse dia que luto diariamente não por ele mas com ele, de mãos dadas, para que ele tenha o melhor desenvolvimento possível.

Sofro vezes sem conta por ver o seu tempo de criança a ser roubado por mais uma terapia,  para que um dia consiga ter a sua voz própria.

Um dos nossos médicos disse que era preciso ter respeito pelas crianças que crescem a lutar, que trabalham diariamente para que um dia consigam fazer o que outra criança acorda a fazer.

Não podia estar mais de acordo! É de uma resiliência envolva em orgulho que vos falo!

Ainda hoje vi o T cansado, com vontade de dizer que não queria mais, mas também o vi a erguer a cabeça e a continuar mesmo quando a força já lhe faltava.

Admirei-o! 

Tal como o admirei ontem, quando foi à consulta de desenvolvimento. Com um comportamento excelente, em que mostrou uma vez mais o seu potencial. "Babei", confesso! Mas mais que "baba" sinto um orgulho neste meu filho pelo que é e pelo que se tornou.

Eu apenas lhe dei as ferramentas e ele aproveitou-as para brilhar!

Nunca duvidei da sua capacidade por um segundo. Sei que é capaz! Já o vi fazer coisas que jamais imaginaria ser possíveis não pela sua trissomia mas pela sua idade.

Se tem um desenvolvimento mais lento, tem. Há coisas que têm de ser trabalhadas primeiro para que depois as consiga meter em prática. 

A isto chama-se cimentar e até hoje nunca vi nenhuma casa cair quando é envolta de cimento firme.

É preciso respeitar o seu tempo, aceitar e esperar com a certeza que chegará o momento certo para andar, correr, ler ou escrever.

E aqui não existem tabelas de desenvolvimento que valham, existe um ser humano que precisa de ser respeitado e olhado como igual porque todos temos o nosso ritmo.

Orgulho! É o que sinto por este meu filho que todos os dia me dá uma lição do que é viver!

Túnica | Sonhos d' Alfazema
Ténis | Pés de Cereja




1 comentário:

  1. Força Tomás, que a Andreia já tem muita. "Orgulho! É o que sinto por este meu filho que todos os dia me dá uma lição do que é viver!"

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