Em 35 anos foi a primeira vez que não passei o aniversário com a minha mãe. Um dia que estava bloqueado na minha agenda desde Janeiro para que pudéssemos simplesmente estar.
Não houve almoço confuso, não houve conversas paralelas, nem crianças a roubarem-nos a comida do prato. Não houve flores, abraços, beijinhos e bolo.
Houve um cantar de parabéns através de um écran que nos afastava do toque e nos mostrava o quanto a presença é o nosso maior bem.
Houve perguntas, houve vontades por atender e uma sede imensa de estarmos juntos.
Um dia agridoce, com sol, mas que nos afastou. Um virús que nos roubou a presença, que nos obrigou a refazer prioridades e que nos fez lutar pela vida de todos.
Tanto por dizer sobre este isolamento voluntário, mas ainda com um nó na garganta para tamanha complexidade.
Refugiei-me nas limpezas e assim passei estes últimos dias. Agora não existem mais desculpas, está tudo limpo. É hora de olhar em frente, mesmo que o coração ainda trema com o futuro.
Parabéns Mãe! Que seja um ano muito feliz e que este Covid-19 desapareça tão depressa como apareceu. Prometo quando isto acabar festejamos em grande.
Love You
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