10 meses

30.4.20
Tenho dois filhos que nasceram à quarta-feira e a Maria Constança só não nasceu porque decidiu ser teimosa e fazer-me sofrer até ao fim.

Tal como os irmãos a data prevista para o seu nascimento era quarta-feira. Mas ela preferiu primar pela diferença e nascer numa quinta-feira. No entanto, nasceu no dia 27, o dia que o irmão Francisquinho nasceu mas com uma diferença de três anos e dois meses.

Dia 27 o seu irmão fez quatro anos daí ter optado por só hoje registar os seus 10 meses.

Acredito que todos os bebés já tenham agradecido este isolamento, voltaram a ter as suas mães vinte e quatro horas por dia tal como nos seus primeiros meses.

A Maria Constança, embora estivesse muito bem com a sua bisavó, desenvolveu imenso com os irmãos. Até então ainda não tinha sentido uma grande ligação entre os três. Primeiro porque os primeiros seis meses são exclusivamente da mãe, segundo pela rotina do dia a dia que era tão frenética que pouco tempo de qualidade tinham para se descobrirem.

E se antes não sentia grande proximidade por essas razões, hoje são uma grande equipa, os três. Adoram a irmã e ela adora-os. Embora pequenina já alinha em todas as suas brincadeiras. É a bebé deles e andam sempre de volta dela. Pegam-na ao colo vezes sem conta, gatinham com ela e até  brincam com ela ao mundo imaginário.

É bom de ver! Melhor ainda sentir este amor "louco"! 

No meio desta crise financeira que estamos e que vamos enfrentar foi o meu Euro Milhões.

Fala com os olhos, dá guinchos como leitões a fugirem do espeto, come maravilhosamente bem, gatinha a uma velocidade de gazela. Adora estar em pé. O seu forte não é dormir, talvez porque a vida é curta demais para ser desperdiçada de olhos fechados.

10 meses de uma família de cinco!
10 meses de noites mal dormidas
10 meses de ti, minha "rica" filha!







Fotos possíveis com uma bebé de 10 meses :)

Placa | Caturra 


Uma festa diferente mas muito especial

28.4.20
Tenho procurado viver um dia de cada vez, sem planos porque o futuro nunca foi tão incerto como agora.

Quando tudo isto começou estava longe de pensar que a festinha do Francisquinho já marcada na minha agenda não se iria concretizar.

A esperança é sempre a "última a morrer"mas atendendo à situação em que nos encontramos, as semanas aproximavam-se e eu tirei da cabeça a sua festinha de anos já planeada por mim.

Como mãe era impensável não marcar o dia de forma diferente. As crianças não são adultos, estão longe de perceber na realidade o que se está a passar e agora mais que nunca é importante celebrar a vida e de os fazer sonhar.Queria apenas ver o seu sorriso e os olhos a brilhar.

E embora fosse diferente, sem uma casa repleta de amigos, de gargalhadas de crianças a correr pelo jardim, de jogos tradicionais, do chocalho do copos a brindar, dos abraços, e das boas conversas quis que ele se sentisse especial no seu dia. Tiraram os fato de treino e vestiram-se a rigor para uma festa especial.
O look escolhido foi da Meio Metro de Mimo.



Perguntei-lhe o que queria para os anos: Patins! E duas semanas antes comecei a comprar online os patins que tanto pediu, Comprei entretanto outros brinquedos simbólicos como plasticinas e slime para os entreter de forma divertida.



Questionei-o sobre o bolo, como é que ele queria pois não sabia por onde começar, estava sem ideias e assim seria um ponto de partida para começar. Primeiro disse-me que não sabia, até que começou a ver o Rei Leão no canal Disney e disse-me que queria uma festa do Rei Leão. Sem poder sair de casa e sem nada em casa que se adaptasse ao tema recorri à Mixed Objetos Decorativos que é uma empresa de aluguer de peças decorativas para festas e eventos. Que ideia brilhante esta!! Lembro-me de comprar loiças para o primeiro aniversário do Tomás, de ter gasto imenso dinheiro e depois nunca mais precisar destas loiças. Esta solução é bem mais económica e também nos poupa muito espaço na cozinha.
Apresentei a minha ideia à Kika, defini com ela o que iria precisar, e ela tratou do resto. Não me preocupei mais, deixei ao seu cargo e ficou uma mesa muito mais bonita que nos meus sonhos. Destaco os animais ao longo da mesa que fizeram a delícia do Francisquinho e que nos remeteu para uma savana.




A juntar a tudo isto a Upelah - festas personalizadas, fez todo o design gráfico da festa. Uma imagem que adorei assim que a vi. Aquelas cores e as imagens remetiam de imediato para o filme "Rei Leão".






E como não há festa sem balões, este ano até em forma de animais teve. Mesmo com todas as limitações que existem e com a loja física fechada, tratei tudo online (balões e descartáveis) com a Sónia da Partyval e como queria que quando ele acordasse tivesse a casa com balões fui buscar de véspera de forma segura para todos.



Se há criança gulosa é o Francisco e como tal não podia faltar os cupcakes, lollipops, gomas, brigadeiros e os seus croquetes que tanto gosta.

4 Anos de um Grande Amor

27.4.20
Olho para ti todas as noites e pergunto-me como é possível já teres crescido tanto.

Foste quem me mostraste o lado mais descomplicado da maternidade e ao mesmo tempo quem meu deu mais medo de te perder no parto pelo meus medos tantas vezes camuflados.

Foste obrigado a nascer, quando na realidade não estavas preparado e isso nota-se ainda nos dias de hoje. És o mais dependente dos três e o que mais precisa do meu olhar atento.

És o bebé da casa mas em versão "grande". O teu lado reguila esconde a tua sensibilidade e o teu lado mais envergonhado.

Vês no teu irmão o teu porto seguro e pedes-lhe tantas vezes que te abra o caminho. E ainda sem perceberes bem já entendes tão bem que o teu irmão apesar de destemido e de uma veia social fora de série precisa tanto da tua mão.

És o meu bebé, e acredito que o serás sempre. Ainda não cortamos o cordão umbilical. Precisas de mim como quem precisa de água para beber. E somos tão felizes assim!

E no meio deste caos todos que fomos presenteados, nunca questionaste nada, limitaste-te a ficar feliz por voltares a ter a mãe só para ti.

Tens o dom da vida nas veias, adoras brincar e vives tudo a 100%, mas só alcanças a plenitude quando nos sentes atrás de ti.

És o do meio. E o meu maior desafio é fazer sentir-te que o teu lugar é tão importante como o primeiro ou o último porque somos nós que construímos o nosso lugar na nossa família.

É um previlégio ser tua mãe.

O meu bebé, o meu reguila, o meu amor.

Sê feliz filho! Voa alto, não tenhas medo das quedas da vida, corre, dança, sonha bem alto porque a mãe terá aqui sempre festejar a vida contigo.

4 anos meu bebé grande... Parabéns!!




Até velhinhos

23.4.20
36 anos, dos quais 18 ao meu lado.

Um aniversário diferente, sem grandes programas. Mas se houve coisa que esta quarentena nos trouxe é que é no pouco que encontramos as melhores coisas.

Foi um dia passado a cinco, com um almoço no jardim, dois bolos, passeios pelo campo e muitas brincadeiras.

Um dia muito feliz!

Saboreamos a dois o império que criamos e foi tão bom.

Um aniversário diferente mas que nos ficará certamente na memória para sempre.

Hoje, fizeste 36 anos, igualaste a minha idade e só te posso desejar que a vida te retribua tudo o que lhe dás porque se assim for serás sempre feliz!

Parabéns meu grande amor!
Até velhinhos


A vida em perpectiva

22.4.20
Incrível esta vida que nos prega partidas.

Quem diria que quando nos uníamos para celebrar a entrada neste ano que seria pelos entendidos promissor: o grande 20,20. Passado três meses estaríamos a atravessar uma das maiores crises de saúde pública a nível mundial.

Para uns é um vírus, para outros uma lição de vida. O futuro deixou de ser algo realista e palpável, o certo deu lugar ao incerto. O passado nunca foi tão longe como agora. E o presente passou a comandar.

A crise financeira instalou-se, as empresas pararam, os consumidores deixaram de comprar, os créditos à habitação ficaram suspensos e começou-se a fazer contas para aguentar algo que não tem data para terminar.

A poluição baixou drasticamente, o ar voltou a ser puro, os sons passaram a ser de árvores e de passarinhos e o ambiente agradeceu.

Nós deixamos de pensar em casas, carros e nas últimas tendências de moda e passamos a pensar nos nossos filhos, pais, avós, tios, amigos. E o quanto um abraço, tantas vezes menosprezado por nós, assumiu proporções nunca pensadas.
O Supérfluo ganhou dimensão e as pequenas coisas valeram-se disso mesmo.

As notícias falaram da morte, e assustou! Afinal... ela existe e nós não somos invencíveis!

A nossa casa teve de ser ajustada, teve que se transformar em escola, em parques de diversão, em escritório e em tantas coisas. E se até então a nossa casa já era o nosso porto de abrigo, agora mais que nunca tornou-se no nosso maior bem. É onde mora a nossa essência, a nossa alma.

A nossa vida teve de ser ajustada atendendo às circunstancias e uma vez mais mostramos a nossa capacidade de adaptação. As mudanças não são fáceis mas são necessárias para baralhar os dados e meter tudo em perspectiva.

No dia 13 de Março fizemos as malas, deixámos a nossa casa para trás sem data de regresso. Abraçamos uma nova casa (a nossa fim-de-semana) e adaptamo-la a nós. Uma casa que nunca mais será vista por nós com os meus olhos. Uma casa que nos será sempre especial, que nos acolheu, que deu abrigo às nossas incertezas, e enchegou as lágrimas, que nos deu liberdade e nos alimentou a alma vezes sem conta.

Num dos locais mais bonitos dos arredores de Lisboa, com um cheiro característico a pinhal e um brilho único. Tantas vezes dissemos que era um dos nossos sítios preferidos para vivermos e quem sabe se um dia não largamos a cidade e nos entregamos ao som dos passarinhos.

Afinal de contas foi aqui que a nossa história começou à 18 anos.

Ainda sem data de regresso, com medo do levantamento das medidas que tanto nos protegeram e da vida que deixámos para trás naquela sexta feira, 13.

Apenas com uma certeza, quando abrirmos a porta de nossa casa, não estaremos iguais.





Os "sonhos" maus já chegaram cá a casa

20.4.20
O Franciscquinho nunca foi aquele bebé fácil de dormir, não dormiu uma única noite de seguida até aos dois anos e quando dormia era debaixo da minha asa.

Assim que fez os dois anos deixou de mamar e aos poucos e poucos foi começando a dormir cada vez melhor e já na sua cama junto do irmão.

Mas a sua energia é tanta que parece que o sono nunca chega. Com a entrada na escola, tornou-se mais fácil. Havia uma rotina implementada e o cansaço chegava mais cedo. Mas com todas estas mudanças, o Francisquinho voltou a resistir na hora de dormir, não quer, não tem sono e é raro não pedir para ficar comigo na sala.

Umas vezes acabo por ceder outras nem tanto. O que é certo é que independentemente de tudo é difícil manter a rotina de antigamente, não termos a responsabilidade de sair de casa obriga-nos a uma grande disciplina e nem sempre é fácil de cumprir.

Mas para ser sincera também não quero que assim seja, estamos em casa, no conforto de nossa casa e para a nossa dinâmica familiar não me faz muito sentido meter o despertador a tocar para as 8h. Tenho aproveitado o acordar calmo de cada um, que nunca passa das 9.30h. A manhã torna-se mais curta é um facto mas ao mesmo tempo mais tranquila para todos.

No entanto os pesadelos chegaram e é rara a noite em que não vai para a nossa cama. Acorda meio assustado e diz que são sonhos maus e que não quer dormir na sua cama mas na da mãe. Aconchego-o, digo-lhe que está tudo bem, que a mãe e o pai estão ali e vai dormir comigo.

Voltámos a dormir como quando era bebé, lembro-me muito bem das nossas noites do antigamente, de como fazia do meu braço a sua almofada. Do seu tamanho tão pequenino.

Hoje as noites são passadas a olhar para aqueles caracóis loiros, a cheirar a sua pele, a tocar na sua pele macia e a segredar-lhe ao ouvido que o amo muito. Fazendo um esforço para congelar aqueles momentos para sempre.

Ele vê em mim um porto seguro mas na realidade,é ele o meu.

E por aí já começaram os "sonhos" maus?




Fraldas reutilizáveis - Uma Opção?

16.4.20
As fraldas reutilizáveis cada vez mais começam a ser opções para fugir às tradicionais descartáveis.

Engraçado como antigamente todas as fraldas eram lavadas pois não havia outra opção. A minha avó ainda me conta que lavou muitas fraldas minhas. Lembro-me bem da fralda de pano e do alfinete. Depois apareceram as descartáveis e revolucionaram a maternidade pois torno-a mais simples e prática.

Mas a consciência ambiental remeteu-nos para o passado e foram criadas fraldas reutilizáveis que garantissem conforto e uma limpeza igual para o rabinho dos bebés.

À terceira foi de vez e rendi-me às fraldas reutilizáveis, dei o benefício da dúvida e experimentei.

A primeira impressão é positiva. Não me chateou ter que as lavar, o que para mim era o maior contra (mesmo o cocó).

Mas em contrapartida tive consciência que eram precisas muitas mais que as que tinha em casa (cinco). Num dia gastei todo o stock que tinha e ao contrário do que pensava elas não secam rapidamente pelo menos com o mau tempo.

Este para mim é o maior contra. E aliado a isso é necessário um investimento considerável pois pela experiência de outras mães são precisas entre 25 a 40 fraldas para que possamos respirar de alívio e nunca corrermos o risco que nos faltem.

Experimentei as Miosolo da Bambino e o tecido é super absorvente. Sente-se qualidade nos tecidos. Os absorventes são igualmente muito bons e não deixam passar nada. Mesmo durante a noite, desde que se ponha o absorvente extra, aguenta a noite toda sem passar para o pijama.

Outra das vantagens é a economia que se pode fazer com estas fraldas pois dependendo das marcas pode ficar a longo prazo muito mais económico, contudo existe sempre um investimento inicial. Na hora de fazer contas é preciso também ter em conta a água e a luz que se gasta sendo que não será a meu ver o mais relevante.

As lavagens não devem exceder temperaturas acima dos 60 ºC e de preferência com detergente não biológico e com detergente desinfectante. Existem inclusive sacos próprios de lavagem.

O ambiente no meio disto tudo agradece pois soube que cada bebé produz uma tonelada de resíduos de fraldas descartáveis e cada fralda pode demorar até quinhentos anos para se decompor.

Não experimentei outra marca que não a Bambino por isso não posso falar das outras marcas. Esta é sem dúvida uma boa opção. Com uma vantagem que tem fraldas que acompanham desde o nascimento até ao desfralde. E os padrões são super giros.

Confesso que não vou deixar de usar as fraldas descartáveis mas vou variando entre umas e outras. Além de que fora de casa continuo a achar que não é muito prático.

Quem é agora mãe pela primeira vez e tem como ideia ter mais que um filho é garantidamente um investimento rentável a longo prazo.







Bambino Mio 

Não quero saber!

14.4.20
Pensei muito sobre este assunto antes de vos escrever. Nem sempre é um assunto fácil de se falar, muito menos de o passar para o papel.

Mas não seria correto da minha parte não vos transmitir a verdade. Acima de tudo quero que, quem me leia e acompanhe pelas redes sociais sinta veracidade.

Acredito que não estou sozinha, que existe muitas frustração ao fim do dia em muitas de nós. Sentir que falhamos pode ser cruel para o nosso bem estar.

Quero também dizer-vos que antes de vos escrever pedi ajuda a uma psicóloga e ouvi o Dr. Eduardo Sá no Podcast da Rita Ferro Alvim sobre o assunto por isso o que vos escrevo não é só o meu ponto de vista mas também de profissionais.

Termos ficado com a responsabilidade de sermos professores dos nossos filhos deu-nos ainda um maior peso nas costas. Retirou-nos o oxigénio e faz-nos vacilar vezes sem conta.

Eu própria já me desfiz em lágrimas em frente aos meus filhos por ver que eles não estavam a corresponder às minhas expetativas, às atividades que no meu ver seriam didáticas ou às que a professora tinha enviado para fazerem.

É duro! É duro preparar materiais, despender tempo a organizar e a pensar no assunto, e depois... Nada! É muito duro!

Simplesmente não querem! Ou por falta de interesse, ou porque não é aquilo que esperam de nós ou porque não fazemos da forma mais eficaz. Não sei. Mas não fazem, ou fazem de uma forma completamente diferente do que imaginamos.

Depois ligamos o Teams ou as redes sociais e vemos os filhos dos outros com trabalhos perfeitos, super felizes a fazer atividades atrás de atividades, muitas delas também idealizadas por nós e ficamos na M***A.

E por mais que saibamos que é apenas uma imagem e que esta "vale o que vale", a pressão é tanta que não conseguimos separar as coisas e começamos a meter em causa o nosso papel enquanto mães e até as capacidades dos nossos filhos.

Entramos numa espiral sem fim, que nos atormenta a alma e afugenta os nossos filhos.

As minhas últimas semanas tinham sempre uma parte do dia tensas, onde eu stressava, gritava, onde eu e eles chorávamos.

Começou a fazer-me mal tudo aquilo, até que percebi que o meu caminho não era este, que não era por ali. E atirei tudo para o ar, sem medir as consequências.

Deixou de haver expetativas, atividades de caneta na mão e papel na mesa, deixou de haver planos e passou a haver liberdade! As televisões apagaram-se, os telefones e os tablets deixaram de existir e dei-lhes tempo apenas para serem crianças.

Deixei de ter materiais pensados para eles, mantive apenas os brinquedos, e deixei-os explorarem o que queriam e como queriam brincar. Desbloqueei-lhes a criatividade, dei-lhes tempo para pensarem, respirarem e para não fazerem nada.

Hoje em dia a informação é tanta que as crianças não sabem o luxo que é não fazer nada. Quero que se sentem e que fiquem com essa sensação de nada para fazer, porque será isso que os vai obrigar a pensar e arranjarem a sua brincadeira.

Entretanto interiorizei que mais vale uma criança feliz a brincar de forma livre, do que uma criança infeliz a fazer atividades orientadas por adultos, retirando-lhe espontaneidade e criatividade.

É fácil falar, eu sei... mas cabe a nós escolher o nosso caminho. Sendo que temos a responsabilidade de guiar os nossos filhos para um ambiente feliz e equilibrado.

Não sou, nem tenho a pretensão de ser professora deles. Neste momento já não quero saber se pintam fora do desenho, se querem ou não fazer porque já nem eu quero saber.

Os meus filhos ainda são muito pequeninos, têm uma vida para aprender o abecedário e os números. Vão ter tempo para fazer as contas mais difíceis, e as melhores composições.

Já eu nunca mais terei esta oportunidade de os ver crescer.

Não vejo este tempo perdido para uma criança mas sim ganho porque apesar de tudo foram obrigadas a parar as inúmeras atividades que os distanciavam de nós.

Hoje, não quero saber!

Não quero saber que me chamem de inconsequente ou irresponsável por deixar cair algo que tanto nos estava atormentar.

O que quero é que quando isto acabar os meus filhos se recordem deste tempo como um dos melhores das suas vida.







A nossa Páscoa

12.4.20
Não foi a desejada mas a que nos foi permitida.

Faltou-nos o cabrito temperado pelas mãos da minha Avó, à tábua de queijos preparada pela minha mãe e o vinho escolhido religiosamente pelo meu Pai.

Faltou o meu folar. Faltou o meu irmão e a minha cunhada.

Faltaram-me as minhas pessoas!

Uma Páscoa diferente mas igualmente muito especial. Foi vivida a cinco, sem pressas de chegar à mesa, com um brinde à nossa família e ao que construímos em cinco anos.

Olhar para a nossa mesa "cheia" fez-me ter a certeza que o melhor que podemos ter é a nossa família. Sem grandes decorações mas com muitas gargalhadas e amor e essa foi a maior lição desta Páscoa.

Deixamos para trás a roupa confortável de andar por casa e vestimo-nos como se fossemos sair. Para eles escolhi um look com as cores da Primavera da Match - Babies&Kids . Nunca foi tão importante como agora apoiar as nossas marcas.




Passeamos, corremos, demos comer aos patos, alimentamo-nos desta natureza que nos rodeia e agradecemos por estarmos juntos, felizes e bem de saúde.

Não faltou a Caça aos ovos e às gomas (O T não gosta de chocolate e para que não ficasse triste introduzimos também a caça às gomas). O Senhor Coelho tocou à porta e distribuiu chocolates e gomas pelo jardim.
Cada um com a sua cesta, procuraram as gomas e os chocolates escondidos, partilharam e lambuzaram-se.





Eles estavam  felizes! E isso é o mais importante.

Foi uma Páscoa diferente mas cheia do mais importante.

Espero que tenham tido uma Páscoa muito feliz!!






Look | Match - Babies&Kids 

O Amor em 24 Horas

9.4.20
Para uns um desafio, para outros uma oportunidade. É tudo uma questão de perspetiva e de ver o copo meio cheio ou vazio.

Agora mais que nunca é que as relações se unificam e fortalecem, mas isto só acontece se o passado tiver bem cimentado.

Pouco ou nada pensei sobre o assunto. Não houveram medos, nem expetativas. Afinal este era o homem da minha vida.

Os dias têm passado e neste momento já contamos com 29 dias sempre juntos, vinte e quatro horas sob vinte e quatro horas.

A última vez que tínhamos vivido desta forma intensa, éramos ainda uns miúdos mas mesmo assim nunca foi tanto como agora.

Felizmente sempre tivemos muitas ajudas e nunca sentimos aquele desgaste que tanto se fala, sempre nos organizamos de forma a termos os nossos momentos, os de família e os para connosco próprios. Sempre respeitamos o espaço um do outro e sempre confiamos. Na verdade acho que são estes um dos nossos segredos.

Mas de um momento para o outro ficamos apenas só nós, o nosso núcleo duro.

Nem todos os dias são fáceis, como em tudo existem dias bons e outros menos bons. Há dias que me aborrece tê-lo ali tão perto de mim e tão longe ao mesmo tempo porque está em teletrabalho. Outros em que ele acorda bem cedinho e me deixa dormir mais um bocadinho. Outros em que estamos em silêncio e que falamos apenas com os olhares.

Mas se haviam dúvidas, hoje posso afirmar que somos uma grande dupla porque isto de estarmos a viver desta forma tão intensa mostrou-nos que somos mesmo uma grande equipa e que somos o equilíbrio um do outro. Quando o outro cai, o outro levanta-se. Temos sido os melhores amigos possíveis. Rimos, gritamos e respiramos juntos.

Não planeamos nada, muito menos falamos sobre o assunto mas de uma forma muito natural ajustamo-nos ao momento. Nunca serão as palavras a comandarem mas sim a nossa sensibilidade e o nosso coração. É a nossa emoção, o nosso sal e a nossa pimenta que elevarão sempre o AMOR.

Quem já estava forte, mais forte fica mas acredito que as relações que estavam fracas acabem por quebrar porque não é fácil viver a este ritmo alucinante.  São muitas emoções, muitas incertezas e medos num tão curto espaço de tempo.

O meu respeito e angustia vai para as vitimas de violência doméstica que se vêm neste momento confinadas num único espaço com o agressor.

E agora só entre nós. Assim que isto acabar, eu e o meu marido vamos entregar os nossos filhos aos avós e fugir dois ou três dias porque precisamos de brindar a este desafio que até ao momento foi superado.

Afinal de contas foi como disse há nove anos: Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Todos os dias da nossa vida.








10 dicas para ultrapassar o isolamento da melhor forma possível

7.4.20
Passar semanas após semanas com crianças em casa não é tarefa fácil.

Não é o normal, porque o normal implica sair de casa, fazer programas em família e passar os dias de forma livre.

Eles vão acumulando energia e nós tensão.

Desta forma partilho convosco 10 dicas para aproveitarem da melhor forma o tempo em família:


  1. Manter a calma e tranquilidade. Os filhos são como esponjas e absorvem tudo.
  2. Fazer um plano diário para a sanidade mental de todos. Os horários de trabalho dos filhos, de brincadeiras e dos pais têm de ficar estabelecidos para evitar o "stress" familiar. As reuniões laborais devem ser em horários em que um dos adultos está disponível.
  3. Criar um plano de tarefas domésticas e de refeições. Prover a interajuda.
  4. Limitar o tempo de Televisão, Tablets e telemóveis
  5. Arranjar atividades físicas. É importante gastar as energias que se acumulam, além de que é importante para a saúde manter o corpo em movimento.
  6.  Manter uma rotina. Os ritmos biológicos devem ser mantidos e os horários devem ser cumpridos, vestirem-se e alimentarem-se de forma saudável.
  7. Explorar a criatividade. Usar revistas, jornais velhos, fazer colagens entre muitas outras. 
  8. Recorrer a jogos e brinquedos que promovam a diversão e a aprendizagem (teatros, jogos de tabuleiro, mímica...)
  9. Utilizar as plataformas das redes sociais para manter as relações de amizade e familiares.
  10. Desfrutar do tempo de isolamento em família pois para todos os efeitos é um privilégio conseguir ver os filhos a crescer.
Panamá | Head-Ji 






Gestão de expetativas

6.4.20
São vários os desafios que esta quarentena nos tem imposto. É uma adaptação diária a um novo mundo que nos foi imposto, sem perguntar sequer se estávamos preparados.

Existem dias bons e outros menos bons...

A semana passada partilhei convosco a minha necessidade em criar um planeamento semanal, onde me pudesse focar e tornar os dias mais produtivos.

O balanço foi positivo, tornou a minha semana mais calma e não me senti a correr contra o tempo, tinha algo a cumprir como se de um guião se tratasse, nem sempre os horários foram cumpridos mas ajudou bastante a controlar melhor o nosso tempo.

Faltou no meio o meu tempo, mas isso são outras conversas e nesta fase ainda não consegui, nem sei se vou conseguir. Com três crianças têm sido difícil encontrar-me, o papel de mãe teve de prevalecer ao meu papel enquanto mulher.

São opções de vida e neste momento esta foi a minha.

Desempenhar o papel de mãe é fácil, não tem grande ciência, é uma questão de sensibilidade e de coração mas o de ser mãe/professora já é outra conversa. É aí que me vejo a falhar, que choro e que me frustro.

Na maioria das vezes os meus filhos não estão dispostos a fazer o que eu tenho pensado para eles e sentir o seu pouco entusiasmo para tal é algo que tenho alguma dificuldade em lidar. Não sei se é a facilidade da televisão numa sala comum a todos ou um tablet à disposição que os dispersa por completo ou se é o papel de mãe e de professora em simultâneo que não entendem e que não querem partilhar em conjunto.

Até ao momento, mais que passar o dia a cozinhar e a lavar a roupa, é esta a minha maior questão. É isto que me faz chorar, duvidar de mim própria e que me faz desesperar.

O que é certo é que são eles as crianças, a adulta sou eu, e cabe a mim articular feitios, necessidades e gerir expetativas. É um duro caminho e de adaptações constantes.

Para esta semana tracei na minha cabeça, fazer um esforço maior para ir de encontro ao que gostam e ao que querem, aproveitar ainda mais a natureza que nos rodeia e tornar destes dias os melhores possíveis e que nos unam ainda mais.

Não é fácil deitar para o ar expetativas, despejar o copo, ver o copo meio cheio, ver as coisas com os olhos de crianças, mas sinto que embora difícil, seja esse o caminho.

Afinal de contas, em breve a nova vida ai retomar (assim espero) e eles tem tempo de aprender as competências na escola. Eu vou esforçar-me para lhes dar mais tempo de brincadeiras livres e imaginárias e caminhar lado a lado ao ritmo deles.

E por aí quais as vossas maiores dificuldades?



Saudades

2.4.20
Saudades!

Saudades do aconchego no coração e na alma!

Saudades dos abraços sem fim

Saudades dos 1000 beijos

Saudades das conversas presenciais e que se esgotam no silêncio

Saudades de os ter na minha vida!

No meio disto tudo acho que tem sido o mais difícil de gerir. Sempre fomos uma família muito unida, em que se contavam pelos dedos as vezes que não estávamos todos juntos.

Talvez fosse essa frequência que tivesse dado banalidade ao "estar".

Os meus filhos nunca tiveram mais de dois dias sem os avós e essas saudades têm sido difíceis de gerir, as deles e as nossas.

Os facetimes são mais que muitos, os telefonemas também, mas não substituem o toque.

Seguram as saudades mas não são o suficiente!

Embora o T e o Fm saibam que existe um vírus lá fora, não entendem o porquê de não verem os avós. Por vezes choram, outras pedem para irem dormir a casa deles, outras falam com eles com os olhos a brilhar...

Vinte e dois dias depois "matamos" as saudades, com distância, a MC assim que viu a sua Avó Mimi quase que lhe saltou para os braços, que sorriso bom de se ver.
Sorriu, fez gracinhas e mostrou que embora pequenina não se esqueceu de quem lhe deu sempre muito colo.

Encheu o coração, foi oxigénio que nos chegou e que bom foi ver, falar, mesmo com a distância exigida.

Que bom que foi...

Saudades!




Viver o agora com a incerteza do futuro

1.4.20
Devido à pandemia que se instalou no nosso país todas as famílias tiveram de se reorganizar. As prioridades mudaram, os trabalhos físicos foram substituídos pelo online, a casa passou a ser o nosso trabalho, o nosso refúgio, a escola. 

Em semanas vimos a nossa vida estruturada a destruturar-se por completo, o certo passou a incerto. Virámos mães a tempo inteiro, professoras, donas de casa, "mulheres", cozinheiras, animadoras infantis e ainda seguramos a nossa profissão.

O barco tremeu por momentos, eram vários papéis para um só pessoa, a primeira impressão é que não conseguimos, a segunda é vontade de fugir e a terceira é abraçar tudo isto e levar o barco para a frente com a nossa maior força.

Acredito que quando isto tudo acabar quem vai precisar de uma quarentena vão ser as mães, pelo menos eu vou precisar de um dia (só) para mim.

O que é certo é que ninguém nos preparou para fazer tudo isto, pelo menos desta forma, sem perguntar. Foi algo imposto e que nos fez reinventar uma vez mais.

Os dias não tem sido fáceis, atrevo-me a dizer que junca trabalhei tanto na minha vida como agora. O dia foge-me das mãos no meio de tantos papéis. 

Não tenho muito a dizer do nosso governo, as medidas estão as ser tomadas e em momento algum senti que não nos tivesse a ajudar. Sei que não vai conseguir chegar a todos, são muitas as empresas fechadas, são muitas as pessoas que viram os seus rendimentos a zero mas acredito ou quero acreditar que vamos conseguir (todos) levantar-nos desta grande queda.

O que não foi contemplado ou equacionado é que trabalhar em teletrabalho e ficar em casa com filhos pequeninos é algo incompatível com uma vida serena e eficaz. É aqui que sinto que isto se torna caótico, entre emails e trabalhos inadiáveis, almoços para dar, rabinhos para limpar e colo não sobra tempo, nem tão pouco concentração para muito.

Em casa somos dois supostamente em teletrabalho mas para o trabalho do meu marido continuar a 100%, o meu teve de ficar pelos 30%. Não se consegue! É impossível igualar estes dois mundos por mais organização que se tenha. Eles exigem muito de nós, requerem muita atenção e se juntarmos as atividades que a escola propõe sobra muito pouco. As minhas idas à casa de banho nunca foram tão reduzidas como agora pois não existe esse tempo nosso.

Os dias são uma roda viva!! Uma loucura total, uma loucura de amor pela nossa família mas uma verdadeira loucura.
O passado já lá vai, o futuro não o vemos. Cabe viver o presente da melhor forma! Com a certeza que todas as famílias estão a ter o maior teste das suas vidas. Jamais seremos iguais depois disto e nada mais nos vai abalar porque nós mulheres já mostrámos que conseguimos tudo, mesmo que a noite chegue e nos doa os pés e nos caíam lágrimas de cansaço misturadas com o medo de não sermos capazes.

Estamos juntas!!