São vários os desafios que esta quarentena nos tem imposto. É uma adaptação diária a um novo mundo que nos foi imposto, sem perguntar sequer se estávamos preparados.
Existem dias bons e outros menos bons...
A semana passada partilhei convosco a minha necessidade em criar um planeamento semanal, onde me pudesse focar e tornar os dias mais produtivos.
O balanço foi positivo, tornou a minha semana mais calma e não me senti a correr contra o tempo, tinha algo a cumprir como se de um guião se tratasse, nem sempre os horários foram cumpridos mas ajudou bastante a controlar melhor o nosso tempo.
Faltou no meio o meu tempo, mas isso são outras conversas e nesta fase ainda não consegui, nem sei se vou conseguir. Com três crianças têm sido difícil encontrar-me, o papel de mãe teve de prevalecer ao meu papel enquanto mulher.
São opções de vida e neste momento esta foi a minha.
Desempenhar o papel de mãe é fácil, não tem grande ciência, é uma questão de sensibilidade e de coração mas o de ser mãe/professora já é outra conversa. É aí que me vejo a falhar, que choro e que me frustro.
Na maioria das vezes os meus filhos não estão dispostos a fazer o que eu tenho pensado para eles e sentir o seu pouco entusiasmo para tal é algo que tenho alguma dificuldade em lidar. Não sei se é a facilidade da televisão numa sala comum a todos ou um tablet à disposição que os dispersa por completo ou se é o papel de mãe e de professora em simultâneo que não entendem e que não querem partilhar em conjunto.
Até ao momento, mais que passar o dia a cozinhar e a lavar a roupa, é esta a minha maior questão. É isto que me faz chorar, duvidar de mim própria e que me faz desesperar.
O que é certo é que são eles as crianças, a adulta sou eu, e cabe a mim articular feitios, necessidades e gerir expetativas. É um duro caminho e de adaptações constantes.
Para esta semana tracei na minha cabeça, fazer um esforço maior para ir de encontro ao que gostam e ao que querem, aproveitar ainda mais a natureza que nos rodeia e tornar destes dias os melhores possíveis e que nos unam ainda mais.
Não é fácil deitar para o ar expetativas, despejar o copo, ver o copo meio cheio, ver as coisas com os olhos de crianças, mas sinto que embora difícil, seja esse o caminho.
Afinal de contas, em breve a nova vida ai retomar (assim espero) e eles tem tempo de aprender as competências na escola. Eu vou esforçar-me para lhes dar mais tempo de brincadeiras livres e imaginárias e caminhar lado a lado ao ritmo deles.
E por aí quais as vossas maiores dificuldades?
São exatamente as mesmas. O Vi com autismo e sem terapias, faz de mim mãe, terapeuta e professora. Está não é a rotina dele, logo a pré disposição para fazer as atividades que lhe preparo é quase nula. Choro, grito com ele, chateio me, digo lhe que não brinco enquanto ele não fizer o que lhe preparei... E no final do dia o que ganhei com isso?! Nada.. Nem eu, nem ele... Agora vão aceitando mais... E eu vou sendo menos exigente. Mas não deixo de me sentir muito mal com tudo isto, mesmo sabendo que estou a dar o melhor de mim e abdicando do tempo que deveria ser do mano, com 3 meses. Um beijinho e força!
ResponderEliminar