Em semanas vimos a nossa vida estruturada a destruturar-se por completo, o certo passou a incerto. Virámos mães a tempo inteiro, professoras, donas de casa, "mulheres", cozinheiras, animadoras infantis e ainda seguramos a nossa profissão.
O barco tremeu por momentos, eram vários papéis para um só pessoa, a primeira impressão é que não conseguimos, a segunda é vontade de fugir e a terceira é abraçar tudo isto e levar o barco para a frente com a nossa maior força.
Acredito que quando isto tudo acabar quem vai precisar de uma quarentena vão ser as mães, pelo menos eu vou precisar de um dia (só) para mim.
O que é certo é que ninguém nos preparou para fazer tudo isto, pelo menos desta forma, sem perguntar. Foi algo imposto e que nos fez reinventar uma vez mais.
Os dias não tem sido fáceis, atrevo-me a dizer que junca trabalhei tanto na minha vida como agora. O dia foge-me das mãos no meio de tantos papéis.
Não tenho muito a dizer do nosso governo, as medidas estão as ser tomadas e em momento algum senti que não nos tivesse a ajudar. Sei que não vai conseguir chegar a todos, são muitas as empresas fechadas, são muitas as pessoas que viram os seus rendimentos a zero mas acredito ou quero acreditar que vamos conseguir (todos) levantar-nos desta grande queda.
O que não foi contemplado ou equacionado é que trabalhar em teletrabalho e ficar em casa com filhos pequeninos é algo incompatível com uma vida serena e eficaz. É aqui que sinto que isto se torna caótico, entre emails e trabalhos inadiáveis, almoços para dar, rabinhos para limpar e colo não sobra tempo, nem tão pouco concentração para muito.
Em casa somos dois supostamente em teletrabalho mas para o trabalho do meu marido continuar a 100%, o meu teve de ficar pelos 30%. Não se consegue! É impossível igualar estes dois mundos por mais organização que se tenha. Eles exigem muito de nós, requerem muita atenção e se juntarmos as atividades que a escola propõe sobra muito pouco. As minhas idas à casa de banho nunca foram tão reduzidas como agora pois não existe esse tempo nosso.
Os dias são uma roda viva!! Uma loucura total, uma loucura de amor pela nossa família mas uma verdadeira loucura.
O passado já lá vai, o futuro não o vemos. Cabe viver o presente da melhor forma! Com a certeza que todas as famílias estão a ter o maior teste das suas vidas. Jamais seremos iguais depois disto e nada mais nos vai abalar porque nós mulheres já mostrámos que conseguimos tudo, mesmo que a noite chegue e nos doa os pés e nos caíam lágrimas de cansaço misturadas com o medo de não sermos capazes.
Estamos juntas!!
Como a compreendo. Estou em teletrabalho (contabilidade), com exigências das empresas, que se já eram muitas.. agora nem vale a pena falar..além disso tenho um menino de 2 anos e meio que requer a minha atenção. Se antes dava 120% em alturas de mais trabalho, agora sinto que nem 10% consigo. E ao mesmo tempo não consegui ainda fazer nenhuma das atividades propostas pela creche do menino, de nenhuma das 2 semanas que enviaram. A atividade que ele mais faz é sentado ao meu lado, a pintar, alguns desenhos e atividades que imprimi na véspera de ficarmos de quarentena.
ResponderEliminarSinto que não sou nem mae a 100% nem profissional. Sei que não esperam o que seja, é certo. Mas cá no fundo ha aquele sentimento de culpa de que estou a falhar não só num mas em vários campos desta nova vida.
Espero que fiquemos todos bem e nos reergamos com força suficiente para os tempos difíceis que depois disto se avizinham. Beijinho a todos e continuem em segurança ��
Como a compreendo. Estou em teletrabalho (contabilidade), com exigências das empresas, que se já eram muitas.. agora nem vale a pena falar..além disso tenho um menino de 2 anos e meio que requer a minha atenção. Se antes dava 120% em alturas de mais trabalho, agora sinto que nem 10% consigo. E ao mesmo tempo não consegui ainda fazer nenhuma das atividades propostas pela creche do menino, de nenhuma das 2 semanas que enviaram. A atividade que ele mais faz é sentado ao meu lado, a pintar, alguns desenhos e atividades que imprimi na véspera de ficarmos de quarentena.
ResponderEliminarSinto que não sou nem mae a 100% nem profissional. Sei que não esperam o que seja, é certo. Mas cá no fundo ha aquele sentimento de culpa de que estou a falhar não só num mas em vários campos desta nova vida.
Espero que fiquemos todos bem e nos reergamos com força suficiente para os tempos difíceis que depois disto se avizinham. Beijinho a todos e continuem em segurança ��