Há um ano estava a caminhar na praia de mãos dadas com a minha mãe na esperança que ela desse sinais. A cesariana começava a ser o final mais certo.
Já tinha tido uma cesariana e como tal não podia induzir o parto por isso ou nascia de forma natural ou tinham-na de tirar e confesso que eu não queria voltar a ter uma cesariana.
O meu médico respeitou a minha decisão e aguentámos o máximo mas mais que 41 semanas era impensável.
Ainda sinto o cheiro da maresia e do anoitecer com as estrelas naquela praia que tantas recordações me deixa.
Acordei com contracções mas desvalorizei por completo, lembro-me de fazer a minha vida normal cheia de dores. Quando me lembro ainda me pergunto como é que eu não percebia que estava em trabalho de parto.
E nessa ordem de pensamento, desvalorizei e continuei. Na altura estava num processo de recrutamento para o Desenvolve-T e queria deixar tudo orientado até a MC nascer.
Não tinha tempo para pensar em contracções, até que terminei a última entrevista da manhã, subo as escadas e em conversa com a terapeuta do T as águas rebentaram-me.
Naquele momento percebi que estava a horas da minha vida mudar (uma vez mais) para sempre. Respirei fundo e embora seja uma pessoa optimista por natureza fui invadida pelo medo de não voltar a ver os meus filhos. Naquele momento só os queria comigo. O B veio buscar-me e fomos para casa acabar de fazer a mala. Lembro-me de aproveitar cada contracção, cada emoção vivida ao máximo com medo que fosse a última vez.
Um processo muito natural e tranquilo até que o CTG disparara e alerta que algo não estava bem. E sem me dizerem equacionou-se uma cesariana de urgência, até que de um momento para o outro 10 dedos. Vai para o bloco.
Como assim? A minha mãe acabou de sair... e isso não é possível. O meu marido estava a entrar no quarto quando lhe deram a notícia e não sei se foi por ter sido tão rápido, por ser menina, ou por já termos filhos, mas nunca o tinha visto tão nervoso.
Voltamos a dar as mãos com a certeza que tudo iria correr bem.
Entrei naquele bloco de partos, que tantas recordações me deixa. Faça força! Força! Andreia puxe-a...
E foi só a melhor sensação do mundo, daquelas tão fortes que se apagam da mente mas que ficam no coração.
A minha filha, o meu sonho tornado realidade.
Pompon |
Maravilhosa! E eu estava lá perto e na sala ao lado pouco depois nasceu a minha neta. Muitas felicidades para a princesa e família. ❤️
ResponderEliminartão linda!
ResponderEliminarmuito parabéns!!
beijinhos doces