A primeira queda (valente)

2.8.20
Quase seis anos sem incidientes.

Até que ontem saímos da praia e já em nossa casa, o Tomás caíu das escadas e abriu o queixo.

Ao longe ouvi-o chorar e percebi que tinha caído mas estava longe de imaginar que desta vez tinha sido mais que uma queda.

Quando ouço o meu marido a pedir-me um lenço para estancar o sangue, entrei em pânico, bloqueei e fiquei sem reação. Não sabia se ía para a direita ou esquerda. Pouco consegui olhar.

Falamos de imediato com a nossa pediatra, que é uma querida e que está sempre disponível, que nos encaminhou para o hospital.

Uma noite de planos que se perdeu por um bem maior e embora tenha sido algo realtivamente simples,  mostrou-nos que nada é adquirido pois num segundo a nossa vida muda por completo.

Até ser cosido (por cola) percorremos três hospitais, um deles privado, outro público e por íncrivel que pareça ambos não deram resposta. Estávamos na Aroeita o que nos obrigou em hora de ponta atravessar uma ponte com uma criança que apenas precisava de um curativo simples.

Foi impossível não questionar onde estava a eficácia do nosso Sistema Nacional de Saúde. A única preocupação era se tínhamos febre, tudo o resto não importava.

Felizmente estávamos calmos, o Tomás estava bem disposto, mas foi impossível no caminho entre hospitais não questionar, e se o meu filho tivesse mesmo a precisar, e se a urgência passa-se a emergente? Onde estavam os cuidados?

E mesmo quanto chegámos ao último hospital, estivemos de esperar porque não se encontrava nenhum médico cirurgião no hosiptal. WHAT?!?

As desculpas podem ser variadas mas enquanto um hospital público que cobre uma das a
áreas princiapis da grande Lisboa se encontrar fechado às 20h é porque está tudo mal!

No meio disto tudo, o Tomás mostrou uma vez mais o quanto é uma criança especial e que marca a diferença com  o seu sorriso. Abriu sorrisos escondidos em máscaras. Não teve papas na língua para dizer "não mexas" e "não quero picas".
Meteu um hospital em silêncio a rir. E nunca perdeu o seu sorriso. Super bem disposto! 
Íncrível esta sua forma de estar. Deixa-me sempre sem palavras e orgulhosa por ter a sorte de vivenciar na primeira pessoa esta magia, que só tem um nome: Tomás.

Pelo meio ainda tive tempo para perceber que eu e o meu marido somos uma balança autêntica, em que nos equilibramos na perfeição, pois quando eu desfaleço ele segura o barco e quando ele perde forças eu ganho.

O Tomás está bem e ficou apenas o susto!

Obrigada por tantas mensagens que fui recebendo ao longo da noite e do dia de hoje pelo Intagram.. O meu filho é incrível mas vocês são incansáveis.







2 comentários:

  1. Realmente é lamentável que qualquer pessoa tenha que passar pela aflição de querer atendimento médico de urgência e não o ter de imediato, como urgente que é Claro que há urgências e urgências, daí a trisgem, mas uma criança com o queixo aberto e a perder sangue é urgente. E é angustiante para quem a acompanha ao hospiral. Imagino o vosso desespero, ainda que o pequenino Tomás estivesse calmo. Fico feliz que ele tenha passado por esse momento de forma serena, sem medo. E que esteja bem. Um beijinho e as melhoras para ele.

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    1. É de facto assustador. Enfim... não tempos que correm não consigo compreender😘

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