Nos tempos que correm não me ocorre muito mais que saúde, família e amor!!
É isto que vos desejo. Um Feliz e Santo Natal junto das vossas famílias.
E um abraço apertado a quem hoje se vê obrigado a passar isolado por esta pandemia que se vê sem fim.
Nos tempos que correm não me ocorre muito mais que saúde, família e amor!!
É isto que vos desejo. Um Feliz e Santo Natal junto das vossas famílias.
E um abraço apertado a quem hoje se vê obrigado a passar isolado por esta pandemia que se vê sem fim.
Fez sete anos em Novembro que decidi tornar pública a minha história. Sem saber bem o que era isto das redes sociais, arrisquei. E expus a minha família, ainda sei saber o "preço" que isso teria.
Na cabeça apenas tinha dois objetivos, o primeiro mostrar à nossa sociedade o quanto podíamos ser felizes na adversidade e segundo mostrar o que era na realidade ter um filho com trissomia porque se havia alguém que sabia o que era, era eu.
Em 2014, os Blogs estavam na moda, o Facebook ao rubro e o e o Instagram ainda algo meio desconhecido para muitos.
Entretanto passaram sete anos, a plataforma "Tomás, My Special Baby" cresceu, e hoje já somos mais de 50 mil pessoas. Há quem nos acompanhe desde o início e quem se juntou a nós recentemente. Há quem esteja só no blog, no facebook ou só no instagram e há ainda quem nos acompanhe em todas as plataformas.
Tratam-nos como família e nós também já não sabemos viver sem vocês.
Desbravei caminhos difíceis e percorri jardins cheios de flores que em momento algum achei que existissem.
Cresci, a minha família cresceu Sou grata por vos ter e embora não vos conheça pessoalmente, sinto-vos como família e como tal sempre tentei ser o mais transparente possível.
Já vibraram com as nossas vitórias, já viveram as nossas viagens como vossas e até simplesmente ficaram felizes pelas nossas vitórias mas também já choraram connosco.
Não podia ser mais grata por vos ter desse lado!!
Uma coisa prometo-vos, aqui verão só verdade. Existem conteúdos pagos é certo, não vos minto, mas esse nunca foi um objetivo, se o fosse eu já me tinha dedicado ao Blog a 100% e isso não está nos meus planos a curto ou a longo prazo.
É importante saberem que tudo o que partilho é porque uso, experimento e gostei. Tanto partilho produtos que gostei como aqueles que experimentei e que não gostei. Acredito que só assim faz sentido estar aqui.
Por vezes é importante saberem que quem vos escreve também é igual a vocês, também tem dias bons e maus. Que chora e que ri. Que tem paciência e que deixa de ter também com os filhos.
Eu sou esta! E este é o meu Blog!
O blog terá sempre um objetivo: Mostrar que é possível sermos felizes na adversidade! E que a deficiência apenas está nos olhos de quem a quer ver.
Não sei até quando estarei por aqui, mas quero muito entregar todas as plataformas ao Tomás e nesse dia despeço-me de vocês.
Até lá espero que continuem por aqui comigo.
Um grande beijinho de quem gosta muito de cada uma de vocês 💕
A dificuldade não são as suas dificuldades ou limitações. Atrevo-me a dizer que aprendemos mais com eles do que eles connosco, conhecemos um mundo mais puro e onde se vive a agradecer as coisas mais simples da vida.
E a isso eu chamo-lhe privilégio!
Mas tudo tem o outro lado e nem tudo é "cor de rosa", tem dias cinzentos.
Eles precisam de ser estimulados, de ser ensinados de forma precoce e isso não se alcança com tostões. Não é como inscrever um filho na natação. É muito mais que isso.
Chega a ser um ordenado mínimo todos os meses só para lhes darmos tudo o que merecem e para que no futuro a sociedade os veja como pessoas capazes e iguais a tantos outros.
É aqui que entra a sorte, a chamada "sorte de berço". Aqui ou se tem ou não. Há quem tenha e lhes dê um mundo de oportunidades e isso é notório no seu desenvolvimento mas também há quem trabalhe arduamente todos os dias para que a comida não falte na mesa. E quando se fala disso pouco ou nada se pode fazer. Os milagres não existem!
A responsabilidade não devia ser nossa mas do estado. Devia ser dever do estado apoiar e dar as mesmas oportunidades às famílias que não conseguem suportar tamanhas despesas.
É caro, muito caro! Digo em jeito de brincadeira que tenho o meu filho no melhor colégio do mundo face ao que pago pelas suas terapias.
É um facto que é um investimento! Mas também é um facto que vale a pena...
E é triste uns terem essa sorte e outros não terem.
Houve coisas que abdiquei para lhe dar, claro, mas as terapias nunca tiveram entre por ou não comer na mesa, e conheço casos (mais do que queria) em que isso acontece.
Pais que abdicaram de sonhos, ou até mesmo de ampliar a família, por o dinheiro não chegar para tudo.
Não é fácil e chega a ser revoltante!
O estado devia olhar mais por estas famílias e crianças que tanto precisam mas que não conseguem. Mas enquanto o governo continuar a achar que cem euros por mês é o suficiente estas crianças nunca se tornarão adultos autónomos e isso também sairá caro num futuro próximo. A criança de hoje é o adulto de amanhã e muitas vezes isso é esquecido.
Não falo de ter ou não roupas de marcas ou a última novidade de videojogos, falo-vos de terapias que são cruciais para o desenvolvimento das crianças pois são elas que definirão o seu futuro.
E isso não sou eu que digo, é o que vejo em sete anos do mundo de necessidades especiais.
Por isso este ano o Desenvolve-T criou um crowdufunding para ajudar crianças com necessidades especias em que as famílias têm carências económicas. Ao todo ajudámos cinco crianças. Obrigada a todos que contribuíram e ajudaram estas crianças que tanto merecem.
E como estamos no Natal a Pés de Cereja, juntou-se a nós e criou uma pulseira solidária, com um valor simbólico de 2.5€, em que o dinheiro vai reverter para ajudar outras crianças que tanto precisam. É caso para dizer com tão pouco podemos fazer a diferença na vida de alguém.Já é tradição na nossa família esta sessão. E é através desta sessão que crio o nosso Postal de Natal.
A fotografia eterniza momentos e é das coisas mais valiosas que temos. Faz recordar e dá memórias a quem as vê.
Todos os anos temos esta sessão agendada em família na Centrimagem. Uma sessão que nos faz viver a época mais bonita do ano.
Todos os anos a decoração é diferente e aguardo sempre com muita expectativa o cenário. Este ano mais simples, a fazer lembrar uma aldeia de Natal, rodeada de neve e pinheiros. Adorei!! E a neve fez os encantos dos meus filhos, o problema foi mesmo tirá-los de lá.
Outro problema, e dos grandes, foi ter de escolher as fotografias para partilhar convosco. De facto a Centrimagem tem a proeza de ter a alma na lente, o que torna difícil a tarefa na hora de escolher.
Por ser também a sessão mais importante da nossa família escolho sempre com rigor, as suas roupas. Este ano optei pela Maria Costura. Uma marca que me foi conquistando ao longo do ano pela sua qualidade, preço e bom gosto.
Nos sapatos optei pela minha marca favorita, a Pés de Cereja. As carneiras tal como o sapato de feijão são um clássico e são aqueles sapatos que se adaptam a várias ocasiões.
Parece que foi ontem que nasceu e hoje já pertence ao grupo dos "crescidos".
Confirmo a teoria que os terceiros, são de ferro e que crescem de forma mais rápida e independente.
Senhora do seu nariz e com ela aprendi o que é os "terrible two".
Já não usa fralda de dia e não precisa sequer de mim para a orientar.
Acha que já tem vontade própria para escolher as suas roupas, por isso detesta usar a farda da sua escola. É a verdadeira vaidosa!
Aos 28 meses deixou de procurar a mama e eu sinto-me bem com a sua decisão.
Defendo a amamentação desde que esta seja boa para ambas as partes. A amamentação é mais que alimento, é aconchego e mimo e só deve ser usada de forma prazerosa quando é para ambas as partes.
Não houve conversas, apenas deixou de procurar e eu aceitei. Enquanto quis foi bom e só por isso dou por terminada a amamentação.
E assim cresceu a minha filha!
Um casamento intimista, com os nossos filhos em Bali.
Mas a vida levou-nos para uma renovação de votos ainda melhor que nos nossos sonhos. É certo que não foi em Bali, mas em Portugal, na Ericeira, onde precisamente há dez anos tínhamos casado.
E só por isso foi mágico! Há 10 anos casámos na Quinta do Roseiral, anos mais tarde batizei a Maria Constança no mesmo local. E embora a quinta não seja nossa, consideramo-la como casa. Foi ali que juramos amor eterno e que vimos a nossa família crescer. Só por isso é especial.
Esta quinta foi paixão à primeira vista e sempre que volto surpreende-me pela positiva. É super elegante, cheia de pormenores, que asseguram que cada momento seja vivido de forma única.
Mas este dia não teria acontecido se não tivesse tido a melhor pessoa ao meu lado, a Wedding Planner, Ana César da Pop Weddings.
Quando decidi verdadeiramente avançar com esta ideia, estávamos em Abril, e para nós só fazia sentido fazer a renovação dos votos, no mesmo dia do nosso casamento. Tínhamos cinco meses para tratar de tudo mas comigo envolvida em tantos projetos, três filhos e uma casa para gerir, por mais vontade que tivesse, sabia que não conseguia fazer sozinha e foi desta forma que conheci o projeto da Ana. No início confesso custou-me não controlar as coisas, mas não tinha mesmo outra forma. Confiei e entreguei-lhe um dos dias que seria, dos mais especiais para nós.
E eu era daquelas que não via nenhuma mais valia em ter uma wedding planner, acreditam? Mas de facto consegui perceber a vantagem em ter uma. A Ana foi sempre incansável, apenas passava-lhe as ideias, e ela apresentava-me as várias opções, além de quem deu imensas ideias. Acompanhou desde a escolha do vestido, à escolha do local, à decoração. Falou com fornecedores e no dia foi o meu braço direito. Esteve sempre ao meu lado, a assegurar que tudo ficava tal como idealizamos.
Sempre que precisei de algo ela prontificou-se em ajudar. Hoje não sei teria sido sem ela.
O conceito e toda a decoração ficou a cargo da Kefrô. Só tive uma reunião com a Sandra e foi o suficiente para que ela me conhecesse e fizesse algo à minha imagem. Apenas lhe disse o conceito e que queria levar uma coroa de flores. Voltei apenas uma vez para tirar as medidas da cabeça. O resto foi mesmo de olhos fechados.
Uma das maiores dificuldades em ter um filho com necessidades especiais não é o "peso" que eles nos possam dar, porque isso depende da forma como encaramos a vida.
A minha escolha, e da nossa família, foi levar a vida de uma forma leve e não me tenho saído nada mal, encontrei na diferença uma felicidade que achei impossível de sentir.
E por incrível que possa parecer, não trocaria a trissomia do meu filho, e embora não queira que esta assuma o papel principal na sua vida, faz parte dele e como tal também o define como ser humano.
O problema não é a sua trissomia, ou mesmo as suas dificuldades. O problema é um sistema que se diz inclusivo mas que dificulta até as coisas mais simples.
O Tomás desde sempre que foi acompanhado por equipas multidisciplinares porque se houve coisa que aprendi é que no desenvolvimento não existe a terapia perfeita, ou até mesmo o método perfeito mas sim um conjunto de valências que as tornam infalíveis.
De nada serve ele ter as melhores terapias, se em casa ninguém acredita, dá a mão ou diz bem baixinho "continua, tu consegues". O mesmo se aplica à escola. A escola pode ser perfeita, pode ter todas as condições necessárias mas se esta não quiser trabalhar em paralelo com a equipa de terapeutas que o acompanham, de pouco serve!
O sucesso do Tomás deve-se primeiramente a ele mas a uma equipa inteira que acredita e tudo faz para que aconteça o impossível.
É com esta máxima que acredito que o sucesso do Tomás na escola se deve ao nosso empenho como pais e ao trabalho entre a escola e as terapeutas.
Mas infelizmente nem sempre o caminho é fácil e neste momento travo talvez uma das maiores batalhas que alguma vez pensei em travar.
Talvez fosse a minha forma "leve" de ver as coisas ou até mesmo a minha ingenuidade a "falar mais alto" mas achei que em pleno século XXI, num sistema que se diz inclusivo, não houvesse uma diretora a dizer que não ao trabalho articulado entre a escola e as terapeutas. Proibindo as professoras que o acompanham (Professora do ciclo e de ensino especial) de fazer uma simples reunião com as terapeutas que o acompanham.
Terapeutas estas, que o conhecem desde os seus cinco meses, que o conhecem com ninguém e que são uma mais valia para a escola.
Já escrevi cartas, até já apelei ao bom senso, a terapeuta do Tomás até já entrou em contacto por telefone com a diretora, já tudo fizemos para demover o "não" mas a resposta é sempre a mesma.
Não! Mas porquê? Porque eu não quero!!
Surreal, não é? Pois é, mas isto acontece! No ensino público, num sistema que se diz inclusivo.
Pois bem posso afirmar que isto é tudo menos inclusivo. E chama-se abuso de poder!
Um trabalho que pode ser mais fácil para ambas as partes é dificultado por uma senhora que está numa secretária a ditar ordens.
E enquanto faz isso as crianças são tidas como objetos, prejudicando o percurso escolar de futuros adultos.
A atitude a tomar, parece-me simples, mudar de escola! E eu até o posso fazer mas antes vou tentar, vou lutar e vou até ao fim do mundo para mudar uma ordem que não é fundamentada.
O Tomás gosta da escola, tem os seus amigos e acho que não é ele que tem de sair prejudicado.
Já expus esta situação em todas as entidades competentes, mas infelizmente as burocracias levam-me a ter paciência e nessa paciência o Tomás perde e as suas professoras e terapeutas têm o dobro do trabalho.
Sei que posso não ganhar esta guerra, vou ter que desbravar muitos caminhos e até lobbys, mas estou pronta para lutar pelo meu filho e por todas as crianças que vêm o seu percurso ameaçado por um sistema que até ao momento é tudo menos inclusivo.
O Tomás é o Adulto do futuro e não podemos permitir que condenem o sucesso académico só porque apetece dizer não.
Se o tiver de mudar de escola, mudarei porque o mais importante é o seu bem estar mas antes é preciso dar um murro na mesa no sistema "inclusivo".
Pouco ou nada podem fazer mas peço-vos que partilhem pois quantas mais vezes se falar disto mas próxima (e sei que mais famílias também) estarei das pessoas competentes para resolverem este assunto. Eu não quero ir aos Anjos, quero chegar a Deus.
Isto não é uma luta minha, mas uma luta de muitas famílias!!
A Constança desfraldou!
Confesso que um dos grandes ensinamentos do Tomás foi dar tempo ao tempo. Respeitar o tempo de cada um, por mais que o nosso seja mais acelerado que o outro.
Aprendi a respirar fundo e a gerir expectativas.
Tinha (quase a certeza) que a Constança ia desfraldar rapidamente, ela já me tinha dado indícios que estava preparada mas como não existem pressas esperei pela altura certa.
Esperei pelas férias, em que há bom tempo e onde existe uma maior descontração e paciência. Umas vezes correu bem, outras nem tempo mas estava tudo bem.
Aos poucos fomos retirando a fralda e ela foi-se adaptando sem grandes percalços.
No entanto fez vários xixis nas cuecas mas em momento algum a repreendi. Disse-lhe com paciência que o xixi era na sanita e não nas cuecas.
Acho que o segredo é este! É sentir confiança, não ter medo e aprender com as falhas.
Com o passar do tempo foi sinalizando e em momento algum (por mais que em algumas situações não desse jeito) ignorei a sua vontade. Fui sempre com ela à casa de banho e sempre que fazia era festa na certa.
Ela achava um máximo!
Entrou na escola sem fralda e já conto as vezes que lhe mudo as cuecas. Por isso posso afirmar que desfraldei (de dia) a minha última filha.
Muitas perguntas sobe o desfralde mas de facto é um assunto em que não existem muitos segredos. Mas se tiver que enumerar um é sem dúvida a maturidade. Existem crianças que estão preparadas aos dois, outras aos três e outras até mais tarde (embora seja raro). É ir percebendo se já existe alguma motivação para dar esse passo. Respirar fundo e aceitar que é normal limpar o xixi. O mais importante é tomarmos sabermos tomar a decisão na altura certa, e aí temos mesmo de "ouvir" o nosso filho.
Umas vezes corre bem, outras não. Mas o importante é ter calma, não desesperar. O objetivo é não tornar o desfralde traumático. Se for preciso recuasse para depois se avançar e está tudo certo.
Cada criança é uma criança e não balizem o desenvolvimento do vosso filho com deadlines.
Respeitem mas também estejam atentas aos sinais.
A Constança desfraldou mas ainda não largou a mama, embora também já não falte muito.
Muito se fala do estigma da sociedade perante a diferença. Talvez porque é mais fácil falar e de apontar o dedo, do que olharmos para nós próprios.
Mas a diferença começa em nós pais. Cabe a nós pais acima de tudo aceitarmos e não esperar que os outros aceitem por nós.
É com base nisto que me movo no mundo da "diferença.
Primeiro aceitei o Tomás tal como ele é, descobri-lhe a beleza que o distingue dos demais e ACREDITEI!
Mas acreditei de olhos fechados, sem medos, fui contra olhares de pena, e prognósticos médicos. Não acreditei em mais ninguém, além do meu filho e foi isto que lhe deu a força para mostrar que era capaz.
Digo-lhe repetidamente que o amo e o quanto me orgulho dele. E é quando dorme que lhe segredo ao ouvido.
"És o maior! Tenho muito orgulho em ti".
Confio-lhe os meus sonhos e juntos desbravamos caminhos sem questionar nada, apenas acreditando que o impossível pode ser possível!
Sei o quanto ele luta diariamente para conseguir os objetivos e só por isso admiro-o.
Sei o que quero para ele, mas também tenho consciência que é ele que manda na sua própria vida e o que ele escolher estará bem para mim, desde que isso passe sempre pela sua felicidade como objetivo principal.
O ACREDITAR tem de começar na família. Somos nós que temos de nos erguer, de lutar e de acreditar, porque quando assim é ninguém à nossa vai ousar em olhá-lo de forma diferente.
Sou exigente e atrevo-me a dizer que sou mais exigente com o Tomás do que com os irmãos. Não tolero comportamentos desajustados só porque "coitado, tem trissomia 21".
O Tomás! É o meu filho! E ponto final. A Trissomia nunca será ponto diferenciador. Admiro-o. E antes de ele acreditar eu já acreditei.
Vive feliz! Chora e faz birras! mas sempre ouvi dizer que antes eles chorarem do que nós pois no dia em que os pais chorarem alguma coisa não está bem.
Embora o caminho seja longo, ainda não foi dado como ganho, tenho consciência que em setes anos dei-lhe a base necessária para ele enfrentar o mundo, sem medos.
O maior segredo é este. O resto são só conversas!
Lutem, Acreditem! Porque se não formos nós a ACREDITAR, mais ninguém acreditará.
Nunca em momento algum pensei que hoje estaria uma pilha de nervos. Estava super calma até chegar segunda e virar uma pilha de nervos.
É uma festa intimista, onde estão as pessoas mais importantes da nossa vida e onde de alguma forma estiveram presentes, nos bons e nos maus momentos.
Pessoas especiais que fazem parte de nós e da nossa identidade.
Tive a maior ajuda que podia ter tido, a minha querida Wedding Planner, Ana César da Pop Up Weddings tem sido incansável e sempre com as palavras certas para acalmar o meu coração inquieto.
Há 10 anos estava igualmente nervosa, talvez um pouco mais do que agora. Tinha como certo que deixava para trás um capitulo e abriria outro cheio de sonhos.
Pedi autorização à minha de fumar um cigarro, bebi um chá de seguida e fui para a cama.
Há dez anos estava longe de saber dos desafios que me seriam apresentados. Hoje agradeço um por um. Foram eles que me fizeram crescer e que me fizeram ser quem sou. A nossa relação cresceu. A admiração veio com mais força e o respeito a confiança tornaram-nos inabaláveis.
Amanhã o dia vai ser especial! Os nossos filhos vão ver com os seus olhos o quanto os pais se amam e só por isso vai valer a pena.
Não será uma festa minha, nem do meu marido, mas nossa! A festa da nossa família!
E se há 10 anos me dissessem que voltaria a pisar o espaço onde casei vestida de noiva não acreditava.
Hoje deito-me inquieta mas com a certeza que será memorável.
A primeira semana de escola foi difícil, foi uma nova rotina a instalar-se.
Foi o Recomeço dos compromissos e das 1001 tarefas.
Uma semana que foi vivida no limite e que nos obrigou a parar, para respeirar para o que ai vêm.
Por isso trocamos a cidade pelo interior por dois dias e foi tão bom.
Um destino que já éramos para ter ido no Verão mas que acabou por ser adiado devido à pandemia.
Casas da Estação, um local de sonho, no meio do campo, com casinhas que contam histórias.
A sua decoração, rural faz lembrar o passado e só por si transmite-nos calma.
Pão quente à porta pela manhã a contrastar com as oliveiras tornaram os nosso pequeno almoço maravilhoso.
Um destino óptimo para famílias, com muito espaço para apenas "ser".
Até um dia Marvão!
Pela primeira vez vivenciei o que é ter os filhos de férias e posso dizer-vos que a experiência é toda menos maravilhosa.
E não é porque não quero estar com eles, pelo contrário. É porque é um sentimento de falha constante.
Infelizmente não me posso dar ao luxo de abdicar do trabalho para estar com eles. O meu marido também não. Por isso foi um mês de sobrevivência, todos os dias era uma ginástica mental para os distribuir. Era um "Totoloto" diário.
Eu fiquei mais intolerante, mais impaciente e ansiosa com toda a gestão familiar. O meu marido saturado de estar em casa a trabalhar e a segurar as pontas quando não tínhamos onde os deixar".
Viramos escravos da nossa vida!!
Desgastou-nos!
O tempo era curto para tanta obrigação e aliado a tudo isto o sentimento de falha constante para os meus filhos moeu-me.
Quis acreditar que era uma fase e que nada dura para sempre!
Teve dias que não falávamos além do "onde os íamos deixar? As horas de terapias...."
Por isso este fim‑de‑semana que passou foi mesmo o ponto final daquela vida louca. Foi um parar, respirar fundo. E reencontrar-nos outra vez. Meter tudo na perspectiva certa. E namorar!
Falamos imenso e metemos todos os assuntos pendentes em dia.
Foi bom! Foi a dose de energia necessária para voltarmos a ganhar forças para mais um ano letivo.
Alugámos uma mota na Europcar, e fomos até o Algarve. Quisemos viver a dois, livres e sem horas. A viagem foi muito gira. E ficámos num dos hotéis que mais gosto do Algarve. O Pine Cliffs. Nunca tinha ido a dois e foi igualmente maravilhoso.
Ter tempo a dois é importante para voltarmos à base onde tudo começou. Não é egoísmo, é lutar pela nossa felicidade.
Porque a felicidade ainda só depende de nós e enquanto assim for é tudo uma questão de escolhas.
Óculos | Afflelou Mrs.Eartha |
Nunca tinha tido um filho na creche. Felizmente tive a sorte de os poder manter em casa até completarem os três anos.
Não que agora não continue a ter esse privilégio, mas ver a forma como a Constança está desenvolvida levou-me a antecipar a sua ida para a escola.
Senti que ela precisava mais, a busca constante pela novidade, a forma como compreende e transmite as suas ideias (fixas) fez-nos avançar.
E se por um lado sinto que tomei a decisão certa, por outro custa-me "tirá-la" dos braços da bisavó, sabendo que esta é a sua maior força da sua vida.
Mas a vida ajeita-se mediante as nossas escolhas. E para que a minha avó também não fique sem a sua grande companhia a Constança, este ano ,vai frequentar a escola até ao almoço.
E esta foi a forma que encontrei para lhe dar o equilíbrio necessário para o seu desenvolvimento.
O primeiro dia de escola custa sempre, e ao terceiro não deixa de custar mais, pelo o contrário. É aquele sentimento que ficamos sem os nossos "pintainhos". É um sentimento de casa vazia.
A adaptação está a ser desafiante, como o expectável. Vai, feliz! Mas assim que percebe que vai ficar agarra-se às minhas pernas, chora, e eu ali fico perdida entre pensamentos.
Embora saiba que fica bem, custa-me muito deixá-la desamparada. Durante a manhã sei que pergunta muito por mim, chora pelo meio e quando a vou buscar chora e agarra-se a mim.
Não sei quanto tempo vai demorar assim mas espero que rapidamente desfrute da escola.
Agora vai filha, voa e sê feliz! O mundo espera por ti
Começo por vos dizer que não sou nada destas coisas. Gosto muito mais de estar num hotel confortável e se tiver uma pulseirinha ainda melhor.
Mas os nossos filhos fazem-nos sair da nossa zona de conforto e questionar os nossos gostos.
Acampámos o ano passado da forma mais "selvagem" que existe e adorámos. É certo que foi só uma noite mas foi o suficiente para lhes darmos esta experiência que superou largamente as nossas expectativas.
Alugámos a tenda na Topo Tents. O conceito de ter a "nossa casa" no carro fascina-me. E confesso que eles adoram!! Passam os dias a pedir para voltarem a dormir em cima do carro.
O ano passado teve na carta ao Pai Natal como das coisas que mais gostaram de fazer.
Na mala apenas levámos espírito de aventura, com a consciência que ali só somos nós e que não existem luxos.
Aconselho a escolherem o local, entre viverem em pleno a natureza e o campo ou a praia existem muitas opções. O importante é escolherem a zona e ir à descoberta.
No nosso caso como temos ido em pleno verão, temos optado pela Costa Alentejana, que é tão bonita e ainda tem praias muito virgens.
De alguma forma tento estudar a zona previamente, o restaurante para jantarmos ou almoçarmos e onde vamos dormir.
É importante salientar que o campismo selvagem nestas zonas não é permitido, é uma questão de sorte. E no nosso caso por duas vezes tivemos.
Este ano escolhemos Porto Covo - Praia da Samouqueira. Gostámos verdadeiramente!! Primeiro porque Porto Covo tem uma beleza de cortar a respiração, segundo porque nos sentimos mais seguros que em Vila Nova de Mil Fontes. Talvez porque a praia escolhida fica à vista e não mete tanto respeito.
Estar rodeada de autocaravanas também ajuda a sentirmo-nos mais seguros.
Ficámos na linha frente do mar, o que nos permitiu adormecer ao som do bater das ondas e acordar com uma vista sublime.
No nosso caso optámos por fazer apenas uma noite, pela logística que implica, acredito que duas noites seja fazível mas mais que isso já começa a ser difícil (pelos menos para mim, que sou uma pessoa como vos disse, mais de hotel).
Este campismo que fazemos como é selvagem implica não termos casa de banho e uma "cozinha" para cozinhar.
O segredo é levar tudo preparado.
Como vamos cedo de manhã levo sempre o almoço feito para comermos assim que chegarmos. Levo duas geleiras, uma para o próprio dia, outra para o dia seguinte e um saco para snacks e alimentos que não precisam de frio.
Para o segundo dia como não temos cozinha, opto por massa fria e depois junto-lhe salsichas ou Atum. O Bom Petisco agora tem umas latas de atum com tomate que ajuda a dar mais sabor à massa.
Depois levamos as coisas essenciais para o nosso bem estar.
Deixo-vos uma check list para vos ajudar na hora de fazer a mala:
O ano passado optámos por não fazer férias, ainda era tudo muito incerto e desmarcamos tudo ainda no primeiro confinamento.
Este ano já não o fizemos, há muito que sentíamos a necessidade de ir além de uma semana ou dos fins-de-semana.
Confesso que já não estava habituada a fazer malas para quinze dias.
Tentei ser o mais simples e prática possível, até porque nas férias é preciso descomplicar.
Na mala levámos maioritariamente fatos de banho, t-shirts e roupas leves para a praia.
Sabíamos de antemão que os jantares seriam feitos maioritariamente no apartamento, por isso não havia necessidade de levar muita roupa além da do dia.
Levei também vários pijamas (para eles), uma camisola mais quente e seis mudas de roupa.
Um saco pequeno de brinquedos, que pouco ou nada brincaram.
Fomos para uma das zonas mais bonitas do Algarve, Cabanas de Tavira. Uma aldeia piscatória, mas que virou moda nos últimos anos por isso aquele sossego de antes já não existe.
Uma das "coisas" giras da vila é o facto de apanharmos o barco para ir para a praia. As crianças adoram mas a logística nem sempre é fácil porque o caminho até à praia ainda é longo e perante isto e por eles já estarem mais crescidos optámos por passar os dias na praia. De manhã preparávamos a lancheira e ali passávamos os dias, entre mergulhos, brincadeiras na areia, sol e muita sombra na hora de maior calor.
Nós ganhamos no tempo de qualidade e nas birras clássicas na hora de sair da praia e eles na simplicidade do ser criança.
Escolhemos refeições leves e o mais práticas possíveis. Deixo-vos várias sugestões:
7 Anos do meu (Grande) Amor!
7 Anos de uma vida completamente diferente do que imaginei.
Ainda me lembro com emoção de cada contração sentida até te ter nos meus braços.
O dia em que me tornei mãe pela primeira vez. O dia em que me reinventei em segundos por uma força maior: Um Amor incondicional, que não se explica, mas que se sente!
7 Anos que me recusei a baixar os braços, que lhe dei alento para não desistir, para acreditar, porque enquanto acreditamos e sonhamos iremos furar todas as estatísticas e fundamentos sem provas.
Recusei aqueles olhares estranhos no hospital, obriguei-me a sorrir por te ter nos braços. Era uma vida que estava ali e essa vida merecia o respeito e alegria. Engoli lágrimas, e jurei-te ainda naquele bloco de partos, com todos os focos de luzes virados para nós, felicidade e aceitação numa sociedade tão egocêntrica.
Recusei caminhos incertos, olhares infelizes, e a diferença.
Cheguei a ferir a mão com um terço nos primeiros dias de vida, pela força que fiz, não por ti mas pela tua trissomia 21. Recusei-a! Mas ao mesmo tempo que a recusava, ganhava força para que ela nunca nos ganhasse.
Hoje tu ganhaste, eu aceitei a tua trissomia, e ela perdeu força. Hoje não passa de uma característica tua.
Mostraste que são os nossos sonhos que nos comandam. E que se sonhamos somos capazes de fazer. E que é no acreditar que está a força da vida!
Hoje fazes 7 anos! E nem sabes o quanto mudaste a minha vida. És o meu euro milhões! E na vida nunca encontrarás ninguém que se orgulhe tanto de ti.
És especial, não pela trissomia, mas por teres uma magia dentro de ti, que cativa à distância e um brilho que encadeia quem se cruza contigo.
A ti meu filho, só te posso, agradecer por tudo o que me dás diariamente! Continua o teu caminho, e nunca te esqueças que és especial demais para seres igual a todos os outros.
A diferença é só essa!
Parabéns meu adorado filho! E independentemente de onde eu possa estar, estarei sempre de mãos dadas contigo a dizer-te ao ouvido "Vai! Acredita! Vai com tudo, porque tu és capaz".
Sê Feliz!
Embora soubesse da sua existência nunca tinha tido oportunidade de conhecer praias fluviais.
Com o calor não lhes resistimos. E foi sem dúvida das experiências mais maravilhosa que já tive. A sua envolvência dá-nos energia e tranquiliza-nos a alma.
Entre campos e o verde dos jardins somos mergulhados por uma água gélida que nos hipnotiza.
São paisagens virgens que nos rodeia e o os mergulhos entre peixinhos que nos mostram a simplicidade da vida.
Fiquei com curiosidade de experimentar ainda mais praias.
Praia de Valhelhas . Praia Fluvial de Aldeia Viçosa |
Fomos!
Arriscamos e trocamos o típico destino de Verão pelo destino mais usado no Inverno. Beiras e Serra da Estrela.
Almeida, Guarda e Trancoso foram os locais escolhidos para viver da forma mais nobre que podemos viver.
Uma serra única, com história, com ruas a fazer lembrar o passado e com uma água límpida que nos corta a respiração.
Visitámos castelos, muralhas, jardins e praias fluviais.
A cada passo que davamos ouviamos "Uau". Tanto o Tomás, Francisquinho e Maria Constança estavam fascinados com o que viam.
Almeida ficou-nos no coração, pela sua grandeza da história. Como é possivel uma vila ganhar vida entre muralhas?
Sinto que dei oportunidade ao meu país para se apresentar. Fiquei ainda maravilhada como a forma grande e simples que se apresenta.
As pessoas, a comida e todos aqueles cantos que nos dão história de um passado tão longínquo.
Um fim-de-semana que vivemos no campo, no meio da natureza, nas praias fluviais. Onde brincamos, respiramos ar puro, passeamos até os pés nos doerem e ainda demos uns mergulhos nas praias maravilhosas do interior.
A solidão que se vê naquelas ruas, corta a respiração e nos faz pensar, o quanto estamos a ser pouco "inteligentes" em não os conhecer.
Orgulho deste meu país e do que ele tem para nos oferecer.
Optamos por ficar numa casa rodeada de campo, sem grandes luxos, mas com um espaço exterior que nos transmitia paz.
A reserva foi feita através do AIRBNB, Casa Fonte da Prata.
Ficou muita coisa para ver e ainda com mais vontade de voltar.
Deixo-vos o nosso roteiro para que se inspirem também numas férias diferentes mais cheias do mais importante.
Almeida
Picadeiro D'el Rey
Visitar toda a envolvência da muralha
Provar a Ginginha
Aldeia Histórica de Castelo de Mendo
Almoço: A Muralha
O maior património que um ser humano pode ter são os Avós.
São os verdadeiros pilares de uma família. São os que estão a verdadeiramente dedicados no seu papel. Têm neles o tempo, a paciência e a maturidade necessária para um bom desenvolvimento emocional. São o papel mais doce de uma família.
Que sorte a minha de os ter tido na minha vida, cresci, aprendi, casei e tive filhos, sempre com eles na minha retaguarda.
Lembro com saudades os verões passados com eles.
A lei da vida levou-me já dois para uma viagem sem regresso. Tenho-os no meu coração e só eu sei o quanto foram e ainda são importantes para mim. Espero-lhes respostas na estrelas e tantas vezes um caminho.
Hoje tenho a sorte de poder dar aos meus filhos também uns avós presentes, que largam tudo só para os verem felizes. E ainda uma bisavó que continua a ser a peça principal nesta família. A matriarca! A que diz sempre "sim" aos pedidos dos netos, mesmo quando lhe falta as forças.
A que cuida e cria da forma mais bonita que existe. A minha avó, a bisavó dos meus filhos!
Hoje é o dia dos Avós! E feliz é quem tem uma mãos enrugadas para abraçar.
A todos os avós que movem o mundo pelos seus netos um feliz dia!
Volta sempre a onde foste feliz e eu não podia concordar mais com esta máxima.
Ainda em miúda, cheia de sonhos pela frente, já tinha estado no Grande Real Hotel Santa Eulália, anos mais tarde, já casada, com três filhos voltei e foi incrível ver que todos aqueles projetos de vida falados, enquanto ainda namorados foram concretizados.
Este ano voltámos a repetir, mas com os avós. Foi um fim-de-semana fantástico em família, com todos os ingredientes necessários para nos sentirmos felizes.
Praia, piscina, mergulhos, brincadeiras na areia, kids club e um jantar ao som das ondas tornaram o fim-de-semana perfeito.
Incrível como as nossas prioridades vão mudando à medida que a nossa família se forma. E se antes tinha sido um hotel romântico, hoje vejo-o como um hotel super friendly, pensado para a família.
O Grande Real Santa Eulália, tem das coisas que mais privilegio num hotel, piscina e praia tudo num só. Tanto podemos estar na praia como na piscina e quando optamos pela piscina a vista é sobre o mar.
Silencioso por natureza mas cheio de crianças, parece mentira mas é verdade. A piscina está cheia de crianças a brincar mas nem se ouvem no meio de tantos pulos e gargalhadas.
Tem um Kids Club com monitores super queridos e que tornam os dias mais animados para as crianças. E ao mesmo tempo ajudam os pais a terem um tempinho de qualidade.
Saímos já fora de horas, mas com a certeza que aproveitámos até ao fim estes dois dias.
Foi perfeito!
O Grupo Real Hotels está com promoções por isso fica a dica 😘
Hoje foi talvez um dos dias mais felizes da nossa vida!
O dia em que onze meses depois da operação ao coração, ouvimos: "O Tomás está de parabéns! Está fantástico e com uma preparação física muito além do esperado. O seu coração está óptimo e toda a medicação é para retirar".
Perguntou-me pelo seu corpo invejável, respondi-lhe que o mérito é dele, é a alimentação regrada que tem que faz com que ele tenha aquele corpo todo definido.
Que emoção!! Que orgulho que senti! Senti orgulho nos olhos do médico e isso fez-me ainda ficar mais emocionada.
Uma operação destas não se esquece, fica marcada na alma e no corpo para sempre. Por minutos o seu coração deixou de estar no seu corpo e por mais simples que possa ser esta operação, não deixou de ser arriscada.
Se alguma coisa corresse mal, perdia-o para sempre. E para este medo ninguém está preparado.
Uma operação feita em plena pandemia, onde foi privado do colo de todos. Onde eu mesma sofri em silêncio dias e dias.
Uma medicação que nos lembra às 8h, às 16h e à 00h diariamente o problema do seu coração.
Uma aprendizagem, uma luta interior. Uma luta sem igual!
Hoje fechamos este capítulo, esperemos, que para sempre!
Nunca mais iremos ver nos nossos telemóveis o lembrete para o comprimido.
Hoje é um dia feliz! Um dia que nos levou às lágrimas! Que nos emocionou!
Campeão! Campeão! Foi isso que lhe disse quando fechámos a porta daquele gabinete.
Obrigada por todas as vossas orações e mensagens que nos aqueceram o coração há um ano.
Faz hoje dois anos que oficialmente o Desenvolve-T abriu portas.
Um projecto que nasceu de uma mãe e uma terapeuta que ambicionavam colmatar uma das maiores lacunas nos centros existentes. Um centro que pensasse mais além e que desse aos pais uma equipa multidisciplinar para acompanhar o seu filho.
E foi com esta máxima que temos feito as diferença nas famílias que se cruzam connosco. Temos sido casa, colo e a esperança.
Desenvolve-T, de Tomás! E foi por ele que tudo isto começou. Sem ele nada disto existiria, a ele devo-lhe uma nova vida que nasceu com ele.
É ele a imagem deste centro, que dá alento ao desespero e que mostra que o impossível pode transformar-se no possível. Que existem dias menos bons mas que juntos seremos sempre mais fortes!
Junto a mim tenho uma das pessoas que mais confio, juntas desbravámos trevas e sonhos. Somos a dupla perfeita! Ela a terra, eu o ar. A combinação perfeita!
Dois anos depois, olho para trás e lembro todo este percurso que começou à muitos anos, as nossas conversas, as ideias escritas em folhas de rascunho, as mensagens trocadas, as incertezas e as certezas.
Um centro de terapias infantil que vai muito além da questão económica, que tem como principal objetivo dar amor, colo e esperança a quem nos bate à porta.
Uma equipa de peso que trabalha diariamente em prol das nossas famílias. A equipa que sempre sonhei ter comigo. São pessoas como a Inês, Marta, Filipa, Cristiana, Pedro, Carina, Raquel, Sandra, Carmen (s) Sara, Carolina e Pedro que levam o bom nome do Desenvolve-T mais além. Que lutam, que se entregam por um bem maior.
Como mãe sempre defendi, que ser terapeuta vai muito mais além que uma profissão ou de um recibo no fim do mês. Ou se nasce com vocação ou não. E é isto que procuramos para a nossa equipa. Não queremos os bons, queremos os melhores!
E sem esta equipa o Desenvolve-T não seria este cantinho especial, assim como, sem as nossas crianças este não seria tão mágico como é.
Aqui conheço mães que lutam, que não se acomodam com um diagnóstico e que procuram respostas, nem sempre fáceis. E eu tenho uma admiração infinita em cada uma delas!
Já chorei, já me angustiei nos seus medos e já festejei grande feitos! E eu sou uma privilegiada em tê-los na minha vida.
Dois anos! E eu não podia estar mais orgulhosa deste meu/nosso projecto que construí.
Hoje sou a prova do cliché "Faz o que gostas e nunca trabalharás um dia na tua vida".
Um especial agradecimento todos os que nos acompanham diariamente e confiam no nosso trabalho!
Look | Monkiki |
Decidimos fazer algo diferente, do que nos é habitual. Trocar o reboliço da cidade pelo interior do país.
Trocar a água quente do Algarve, pela água fria do rio. E o mar pela natureza.
Íamos com um programa ambicioso, tudo tinha sido previamente planeado ao detalhe. O objetivo principal era conhecer. Olhar para a natureza de frente, apreciar e respirar aquele ar puro que só a natureza nos dá.
Mostra-lhes que Portugal não se faz só das grandes cidades, da piscina e de praias.
Cinfães foi o nosso destino! Ainda muito virgem e pouco turístico, permitiu-nos sentir a terra como nossa.
Fomos a restaurantes típicos, que merecem pertencer ao roteiro gastronómico de quem visita Cinfães. O Rebelo, o Solar do Montemuro, a Encosta do Ameal e a Taquinha do Amado, todos com o seu toque pessoal, com uma carne de excelência e com uma vista encantadora.
Sendo que os nossos preferidos foram O Rabelo e a Tasquinha do Amado.
Valeram-me uns bons quilinhos a mais mas isso já são outras conversas.
Não sou muito de fazer este tipo de programas com os meus filhos, porque temo sempre possíveis birras, cansaço mas de facto por vezes é necessário arriscar sem medos. E o que é certo é que eles andaram imenso, sempre prontos para conhecer mais e mais.
Por vezes é importante criar poucas expectativas e ir! Foi isso que aconteceu, os meus filhos estavam super felizes, adormeceram várias vezes no carro, mas assim que chegávamos ao destino estavam prontos! O que eles correram naquelas montanhas, o que brincaram com outras crianças e até ousaram em mergulhar no rio gelado.
Trocamos de casa duas vezes. Casas essas que nos receberam como ninguém. Dois alojamentos locais, um deles com uma decoração que me fez pensar que estava num hotel de cinco estrelas, e o outro com uma piscina e espaço exterior que nos obrigou a parar um pouco para aproveitar aquela serenidade que se fazia sentir ali.
Podem encontrar estes dois alojamentos no AIRNB e Booking: Regouro House e Bernardes House.
O rio mais limpo da Europa e impressionou pela sua imponência. E as paisagens cortaram-nos a respiração vezes sem conta.
Ousamos no programa, e eles alinharam! No fim tive orgulho nos meus filhos por nunca terem desistido.
Foram vários os pontos turísticos que conhecemos e aconselho vivamente:
As viagens dão riqueza e foi isso que senti! Saímos de Cinfães exaustos mas muito mais ricos comparativamente quando chegamos.
E falando em chegada, como temos sempre histórias caricatas para contar, desta vez ficamos sem travões. A chegar a Cinfães o GPS levou-nos por um caminho esquisito, onde nada se via além de montanhas e sempre a descer, com tanta descida não sei o que aconteceu, o carro deixou de travar. Paramos e cheirava a queimado. Tivemos de arrefecer o carro e voltar para trás e assim entrar na estrada principal. Foi um susto! Por momentos achei que tínhamos ficado sem carro mas os travões lá se decidiram a funcionar.
Foi sem dúvida um fim-de-semana incrível no meio da natureza.
A ciência dizia que nascia hoje mas quis um amor maior que isso não acontecesse.
Passaram cinco meses que a perdi para um bem maior. Cinco meses de um amor que não se vê mas que se sente.
Continua sem nome e assim será, porque isso para mim pouco importa. Não a vejo como anjo, não a personifiquei, porque não senti até ao momento essa necessidade.
Não tenho nada em mãos porque o amor que lhe tenho vai muito mais além do mensurável, não começa e acaba, como se fosse uma estrada.
Não a tenho fisicamente mas tenho-a o tempo todo dentro do meu coração, num lugar, que jamais alguém ocupará. Uma coisa tenho como certa será minha para sempre e viverá em mim até ao meu último suspiro.
Se continuei a ser feliz? Sim, Muito! Aprendi apenas a viver sem esta minha filha, a ouvi-la, e a tocar-lhe. Mas tenho-a viva em mim.
A vida meteu-nos à prova e hoje tenho a certeza que não havia outra escolha que não este caminho.
A prova disso foi o resultado da autópsia. As poucas dúvidas que tinha sobre a minha/nossa decisão dissiparam-me quando ouvi o médico a enumerar todos os problemas graves de saúde que tinha.
Resolvi-me. Aceitei. E segui em frente sem olhar mais para o que aconteceu.
Foi um capitulo que se fechou, sem arestas soltas e sem culpas.
O tempo é amigo, apazigua e da-nos as respostas no tempo certo.
Sei o seu lugar nesta nossa família. Tenho consciência do que ficou por viver e acima de tudo das folhas brancas que ficaram por pintar.
Mas aceitei! Respeitei! E resolvi-me!
Voltei a sorrir!
Que sentimento agridoce este!
Hoje seria suposto chorar quanto te vi-se levantar o tão esperado diploma. Estaria na primeira fila cheia de máquinas fotográficas para registar esse momento e o meu coração explodiria de orgulho.
Lembraria cada caminhada tua, cada vitória, cada reunião para encontrar o melhor caminho, cada abraço dado às tuas educadoras e auxiliares que apesar de tudo tiveram sempre uma palavra de carinho para contigo.
Mas veio o Covid, e tirou-nos o prazer de festejar as pequenas/grandes conquistas da vida.
Ainda não me chegou o vídeo que a escola prometeu mas sei que quando este cair no meu e-mail chorarei de alegria.
O ano passado não te deixei avançar para o primeiro ciclo, achei que não tinhas maturidade suficiente para dares esse passo, não me enganei. Foi preciso maturar muita coisa. Hoje sei que estás mais preparado, confiante para entrares com força no primeiro ciclo.
De uma coisa tenho como certa, eu não estou preparada para te ver voar um pouco mais, para começarmos com trabalhos de casa e para a exigência do primeiro ano.
Vais a escrever o teu nome, a conhecer as letras do alfabeto, a falar corretamente e a fazeres-te ouvir. Vais com o brilho no olhar e eu gostava muito de te dar as mãos nesse dia e entrar contigo naquela sala que será tua durante quatro anos.
Não sei quem ficará mais nervoso no teu primeiro dia de mochila às costas. Mas de uma coisa tenho como certo apertarei as tuas mãos com toda força e dir-te-ei ao ouvido, "vai meu filho, vai com tudo porque nasces-te para brilhar!"
Hoje estás de Parabéns pelo teu percurso cheio de conquistas! E eu não podia estar mais orgulhosa de ti.
Parabéns meus filho e nunca te esqueças que és demasiado especial para seres igual aos outros.
Agora vai, mas vai com tudo!