Quinta-feira é anunciado um novo confinamento, pelo meio sentiu-se alguma revolta, com tantas exceções.
Sexta entra oficialmente em vigor o segundo confinamento, as ruas continuam cheias de carros e de pessoas e nada parece ter mudado.
Pelo meio faço as malas para que possa fugir desta realidade e para que eles possam brincar ao ar livre e sintam o menos possível todo este sufoco que invade as nossas almas.
Seriam só dois dias, até que Sábado e Domingo o nosso SNS mostra-nos aquela realidade que todos temiam, o início do colapso dos nossos hospitais, a escolha entre quem vive e quem morre.
Ao mesmo tempo e em contraste com as longas filas de ambulâncias para que pudessem entrar nos hospitais, as praias e os paredões enchem-se.
As nossas Televisões mostram aquelas notícias que em tempos pertenciam a Itália, e que bem longe já assustavam...
Pedidos de ajuda e de consciência, números de mortes a aumentar e um país que se tornou nos piores em relação ao Covid, tudo virou pesadelo!
Não me acredito que o nosso país tenha chegado a este ponto só pelo Natal e Passagem de Natal, acredito que tenha sido um acumular do pós confinamento, mas muito camuflado pelo "bom tempo" e as festas só vieram dar o apertão que infelizmente talvez todos estivéssemos a pedir.
Nunca vi tanto infectado conhecido e estava longe de imaginar que enfrentaria um cenário de guerra.
E a mala que seria para dois dias, teve de se estender até um tempo indeterminado.
O medo instalou-se. E quando fecho os olhos, volto a Março. A diferença é que a esperança começa a escassear, e a incerteza no futuro toma cada vez mais porporções.
Neste momento estamos pela nossa casa que nos acolheu quando mais precisámos, sem certezas de como vamos voltar e das voltas que este confinameto ainda vai dar.
Apenas sei que quero proteger as pessoas que mais gosto e que estou emocionalmente mais forte para um novo confinamento. Que será certamente sem grandes objetivos e expetativas e vivido dia a dia.
Nunca pensei voltarmos a viver nesta incerteza mas é tempo de agir e de ficar em casa!
Protejam-se, por vocês mas também pelas pessoas que mais gostam.
O SNS nunca precisou tanto da nossa união!
É preciso parar, para voltarmos a viver tranquilos!
Por aqui recolhemos todos à nossa bolha e só vamos sair quando nos sentirmos seguros.
E assim voltámos a Março...
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