Muito se fala dos profissionais de saúde, e de facto merecem todo o nosso respeito por estarem na linha da frente, a lutar pela vida de tantos doentes, metendo tantas vezes em risco as suas próprias vidas e das suas famílias.
Mas poucas são as vezes que se fala das nossas crianças! A Pandemia entrou nas suas vidas, sem lhes perguntar se queriam ou se estavam dispostas a ver a sua infância roubada.
Não foi uma escolha, foi uma obrigação imposta em prol de um bem maior.
E são eles que merecem os nossos aplausos, foi-lhes negado as festas com os seus amiguinhos, os abraços e beijinhos, a cultura, o lazer "livre" de regras de higiene, os sorrisos, escondidos através das máscaras, os baloiços e os escorregas e até a educação ficou aquém do expectável.
Foi-lhes roubado a infância! Mas mesmo com tantas proibições continuaram a aceitar, sem revoltas e dramatismos e de sorriso na cara.
Encontraram nas suas casas o conforto da família, que tantas vezes falhava pelo ritmo alucinante dos adultos.
Temos um futuro incerto nas mãos, mas são eles a nossa esperança! A esperança que tudo passe e que consigamos em breve recuperar o tempo perdido.
Porque eu posso ter perdido pelo meio uma viagem, uma noitada com amigos e até alguns jantares. Mas eles estão a perder a sua infância. E estes anos são cruciais para o seu desenvolvimento humano. Jamais voltarão a viver as coisas da mesma forma. E isso dá-me um nó na garganta.
Por isso e apesar de todas as regras, tentei lhes dar "normalidade" no meio deste caos em que nos encontrámos.
Hoje não temos mais tempo, nem sequer para pensar em tudo o que estão perder.
É urgente, recolher, de vivermos em família e de nos descobrirmos e reinventarmos todos juntos, uma vez mais.
E quando isto tudo acabar, que tenhamos a ousadia de lhe agradecer e de os aplaudir pela forma como nos tranquilizaram.
Embora pequeninos, e a maioria ainda sem conseguir dimensionar o problema, são a nossa força, e quando chegamos ao fim do dia desgastados e lhes vemos nos olhos esperança e amor, voltamos a conseguir sorrir.
Desculpe, discordar de si. Tenho filhos (3), sou professora e tenho pais e tios (na casa dos 70-80), uma avó com quase 100 anos. E sinceramente acho que o prejuizo é muito maior para as pessoas acima dos 70 que se veem confinadas, sozinhas sem mimos, sem tempo para recuperar o tempo perdido, do que para crianças com menos de 10 anos, em que muito mais que os amigos, os pais e a familia chegada são o mais importante.
ResponderEliminarUma avó num lar (que não é o nosso caso) sem contacto fisico, sem visitas , sem passeios, sem saídas é muito mais duro, que uma criança de 5 anso que está confinada com os pais e ainda por cima se tiver espaço exterior por onde correr...
Desculpe, mas impressiona-me isso de parece que estasmos mais preocupados com as crianças e os jovens , com o fecho das escolas de com os confinamentos dos lares... (Eu no fundo acredito que não é o seu caso, mas ...neste post até parece).