Sem fim à vista

3.2.21

Não sei como vocês se sentem desse lado mas eu sinto-me exausta a cada dia que passa, ao ponto de ontem ter adormecido enquanto adormecia os meus filhos.

Parece que o primeiro confinamento custou menos e que foi mais uma ilusão, ao invés deste que tem bem real e duro.

Penso que no primeiro, bem ao mal, todos encaramos como umas "férias", uma oportunidade de estar mais em família e até de meter coisas em ordem que são sempre passadas para segundo plano por falta de tempo e também (claro) por todo o medo que nos envolveu por momentos.

Mas quase um ano depois acredito que o medo continua, mas a revolta, a falta de paciência apoderou-se de nós. Estamos todos esgotados de viver neste "inferno" sem fim.

As notícias são assustadoras, a paciência para os nossos filhos começa a esgotar, o trabalho perde-se pelo caminho e até as crianças se sentem perdidas. 

E se no "antigamente" os meus filhos pouco ou nada questionaram, hoje perguntam diariamente pela escola e imploram pelos seus amigos e para uma mãe isto é altamente desgastante.

A energia acumula e por mais atividades que inventemos sabem sempre a pouco, porque por mais que queiramos jamais substituiremos tudo o que envolve uma escola.

É a liberdade que lhes foi roubada sem pedir licença, é a falta de experiências, e a partilha que cai por terra.

Temo diariamente pela suas consequências, e seria ser altamente positiva se achasse o contrário. Tudo o que nos está a acontecer vai ter graves consequências emocionais, sociais e económicas.

É um país em queda livre, sem fim à vista!

Nós por cá vamos aguentando o barco, uns dias melhores, outros piores mas não tem sido um caminho fácil.

E eu já só queria ter a minha/nossa vida de volta!

E não falo de uns jantares ou almoços, falo de liberdade! E de ver crianças a serem crianças.

Era só isto!




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