Quando percebi que as escolas iam fechar chorei muito, perdi-me em pensamentos negativos e duvidei da minha sanidade mental.
Dei tempo ao tempo, a mim e a eles. Primeiro vivemos em auto gestão. Depois encarei como se fosse umas férias, onde por momentos não houve trabalhos, escolas online e horários definidos.
Pelo meio percebi o que eles queriam e o que não queriam.
Por fim, reorganizei as ideias, defini um plano. E ao contrário do confinamento passado troquei o campo pela cidade. Pedi ajuda e criei um plano diário, onde coubesse um bocadinho de tudo, desde a casa, à escola, ao trabalho.
Nos tempos livres fui apenas gestora de conflitos e de emoções.
O plano que tracei não dava margens para erro, estava muito bem definido. Eram três horas produtivas, e houve momentos em que foram o meu balão de oxigénio.
Quando as dez horas batiam eu vestia o meu melhor papel de professora, sorria e sentávamo-nos numa mesa de trabalho.
Ali passava-se tudo, desde as teleescolas que na maioria eram feitas apenas com um corpo presente, às atividades propostas.
Foi cansativo e muito. O ensino não é o meu forte e muitas vezes tive de contar até dez para expirar e inspirar.
Dancei o tango com eles para tornar tudo mais fácil.
Tenho consciência que aprendemos de forma divertida e simples. Aprendi com eles e eles comigo. Eu ganhei paciência e eles amor e competências.
Crescemos acima de tudo juntos!
Lutámos de mãos dadas juntas! O Francisco e o Tomás foram as forças e a fraquezas um do outro. E que bom foi ver um filho a ensinar o outro. Tantas vezes senti orgulho deles.
Conheço-lhe as dificuldades e as virtudes e só por isso valeu a pena.
Mas embora houvesse um plano bem definido, andava exausta e tinha dias que precisava de respirar além do ar dos meus filhos.
Hoje entreguei-os com a certeza que lhes dei boas memórias! Mas agora a escola espera por eles porque eles precisam de ser apenas crianças.
Hoje o meu coração tremeu, como em Setembro. Por agora ficam as memórias e umas saudades imensas.
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