Uma Festa "fora da caixa"

29.4.21

Quando me apercebi que nos próximos fins de semana não estaríamos por Lisboa e por consequentemente não lhe poderia fazer nenhuma festa, não hesitei em festejar-lhe os seus anos com a toda a pompa e circunstância que merecia. 

A logística não era fácil, era dia de semana, pais a trabalhar, uma pandemia e o mundo a acontecer ao minuto.

Seria uma festa mais íntima, pensada exclusivamente para as crianças e apenas para os melhores amigos do Francisquinho.

Perguntei-lhe quem gostaria de ter na sua festa, enumerou-me os seus amigos, a maioria já conhecia. Depois foi tornar o impossível, possível, convidar um a um. Pedir aos pais disponibilidade de tempo para mudarem a sua rotina familiar.

E desta forma consegui garantir que os seus amigos vinham à sua festa! Se existe criança que adora festa é este meu filho. É o típico "festivaleiro". Já imagino o meu coração...quando chegar à altura dos festivais... 

Escolheu o tema! Pj Masks... e assim abri a época precedentes para estes bonecos cheios de cores fortes, que até ao momento tinha evitado.

Mas aos 5 anos já merecia uma festa feita exclusivamente a pensar nele.

Pedi ajuda à Ana da Chan Event Planner, que já me conhece para me ajudar com o tema, ela riu-se e disse-me para ficar descansada. E assim foi! Tornou aquelas cores bonitas. E o tema embora presente foi desconstrúido uma vez mais pela sua criatividade. Apostou nos cinzentos e brancos e deixou acontecer tudo o resto. Confesso que nunca pensei gostar de uma festa com este tema.







E a querida Ana Carreira tornou a mesa ainda mais bonita e doce. Aquelas mãos fazem mesmo milagres. Além de ter um coração gigante é uma pasteleira de mão cheia. O seu bom gosto e a qualidade dos seus bolos são inigualáveis. Nunca deixa ninguém indiferente.







Adorei o pormenor dos donuts que tornou a mesa ainda mais divertida. E o Francisquinho guloso como é deliciou-se com tantos doces bons. 


A festa foi durante a semana por isso optei por não fazer (quase) nada, porque a trabalhar e ainda preparar a festa seria uma grande fonte de stress para mim e eu não queria que assim fosse por isso optei por encomendar tudo.

Uma mão cheia

26.4.21

 5 Anos!

Uma mão cheia de momentos vividos da forma mais intensa que possa existir e de verdadeiras gargalhadas, abraços e beijinhos.

O meu filho do meio, faz anos hoje! E eu ainda não quero acreditar como passou tão rápido. O filho que me mostrou que a maternidade também podia ser vivida de uma forma mais livre, com menos responsabilidade e muito mais descomplicada.

O filho que até hoje sinto que não estava preparado para nascer, e eu para o ter. O filho que mais precisa que esteja bem para ser feliz.

Que me mostrou que o coração tem sempre razão.

O filho que diz que sou a mulher da vida dele e que me emociona com a sua meiguice disfarçada de rebeldia.

Goza a vida como se não houvesse o amanhã, entrega-se às causas e à sua família como se fosse o seu oxigénio para viver.

Tem no seu olhar um mundo para explorar e eu espero ser sempre a sua maior guia.

Que a vida te dê sempre a intensidade que tanto buscas e que te sorria sempre da mesma forma que lhe sorris.

Parabéns meu filho! Que venham mais 100 sempre ao teu lado.

Sê feliz! É o que mais ambiciono para ti.




O meu Pilar

23.4.21

Hoje o dia é dele!

O dia do mais gato! Do meu marido, e do nosso Pai! 

O pai que não se faz notar tantas vezes por aqui, mas que está sempre na nossa sombra, a apoiar, a segurar as pontas e a concretizar as minhas ideias loucas.

Tem um humor que me afastou no início mas que me conquistou aos poucos, ao ponto de me casar com ele.

Tem uma bondade fora de série, daquelas que me faz repensar vezes sem contas. Adepto do Slow living ao contrário de mim que bem tento, mas que o meu ritmo de vida não me deixa.

Amigo do seu amigo, ao ponto de se prejudicar a si mesmo.

Adora futebol e é adepto ferrenho do Benfica!

O meu pilar! E só com ele é que podia ter conquistado o que conquistei até hoje, a nossa famílias, o Desenvolve-T e a superação de ter um filho com necessidades especiais.

Vive a vida tal como ela é, sem pressas e sem maldades.

Hoje faz 37 anos. E voltámos uma vez mais a igualar a idade.

O Homem da minha vida! O que sonha comigo mesmo quando me acha louca, hoje está de Parabéns!!




A decisão

21.4.21

Quando me perguntam sobre o aborto a minha resposta foi sempre unânime, sou a favor desde que se tenha um motivo muito válido para o fazer e que a decisão seja consciente com todas as consequências que isso possa implicar.

Só quem passa por um assunto tão delicado como um possível aborto é que pode responder de uma forma válida. Tudo o resto são vozes com opiniões muitas vezes levianas.

No entanto sou contra um aborto, porque sim. Só porque agora "não apetece".

O que vos posso dizer é que vivenciei na primeira pessoa: A decisão de interromper uma gravidez "não válida" ou meter em causa a qualidade de vida de um bebé e o bem estar de uma família inteira.

E sim. Esta gravidez foi interrompida por mim, de forma consciente, sem que houvesse vozes de terceiros a pressionar uma decisão. 

Quando tomei a decisão de fazer a amniocentese foi de ânimo leve, não havia nada que indicasse algo. Mas como já partilhei convosco desde que o Tomás nasceu, que tenho feito por opção pessoal e também devidamente aconselhada pelo meu médico que tanto confio.

Vou sempre sem medos, e esta gravidez não foi exceção. No momento em que a agulha está para ser espetada, a médica recua e diz-me que se a posição do bebé não mudar, que não arriscaria, até porque não havia motivo aparente para a fazer.

Mas assim que o diz, o bebé muda a posição e ela de uma forma segura espeta. 

Repouso absoluto durante três dias. Estava tranquila e pouco ou nada pensava naquele resultado. 

Até que num dia a sair do trabalho, já tarde, o meu telefone toca, e aí tremi! Naquele momento percebi que algo não estava bem, não pelo telefone porque todos os resultados me foram dados dessa forma, mas pela energia negativa que senti, quando vi o nome da minha médica no telefone. 

Respirei fundo, atendi! 

"Andreia, onde está? Estou a ir para casa. Mas está sozinha? Sim. Quer que lhe ligue mais logo? Não, pode já dizer.

Andreia, não tenho boas notícias para lhe dar, e aí foi como se tivesse levado um soco no estômago tão forte, que me levou o ar. Ouvi com atenção: O bebé veem com uma alteração muito grave, com graves problemas a nível de orgãos vitais, motoros e cognitivos. Com uma esperança média de vida pequena. É algo muito raro. E Andreia, não é uma trissomia, vai muito mais além que isso. É Grave!

Já falei com o seu médico ele já sabe de tudo, vá para junto do seu marido e vejam com o vosso médico o melhor para vocês. Do que precisar de mim estou aqui".

Desliguei. Fiquei cinco minutos dentro do carro a chorar e a pensar como é que aquilo me estava a acontecer. Ceguei naquele momento, não consegui pensar em nada. E a dor aumentava quando me lembrava que seria eu, sozinha, a dar esta notícia ao meu marido.

Respirei fundo mas ao mesmo tempo que respirava, as forças falhavam. Em segundos tive de ganhar forças para dar esta notícia quando eu ainda nem as tinha para mim.

Nunca desejei tanto não ir para casa, como naquele dia. Abro a porta de casa a tremer, olho para o meu marido e tenho-o a sorrir para mim enquanto está a dar o jantar à Constança. Vou em direcção à sala, respiro fundo, e em frações de segundos chamo-o, e naquele momento ele percebe que algo não está bem.

Dei-lhe a notícia a chorar e naquele instante vejo-o tal como eu, a desfalecer! Vejo-lhe a revolta no olhar e a preocupação por mim como nunca tinha visto até então.

Naquele momento, metemos tudo em cima da mesa e decidimos juntos! 

Seria um caminho ingrato e sem esperança para um bebé indefeso e para uma família inteira. Não podíamos ser egoístas, ao ponto de trazer um bebé ao mundo para sofrer e dar uma batalha sem esperança aos nossos três filhos que já cá estavam.

Nãos lhes quis fazer isso! Estava muita coisa em causa! 

E foi nesse dia que rejeitei a minha barriga, tive três dias sem olhar para ela. É duro carregar um filho na nossa barriga para depois o "matarmos".

Palavra forte esta! Mas era assim que me sentia. Culpada! 

Foi esta, a razão da minha gravidez interrompida às 19 semanas.

Hoje com alguma ajuda, não me sinto culpada, tenho a certeza da minha decisão! E não me arrependo em nada. E a palavra morte deu lugar à palavra salvar. É nisto que hoje acredito. Que salvei a minha filha do sofrimento.

Sei que este assunto é controverso e que gera muita opinião. Mas não se esqueçam que deste lado está uma pessoa com sentimentos e que não precisa de julgamentos.

A Empatia deverá prevalecer sempre para um mundo melhor!

Eu disse-vos, que a seu tempo vos contaria os motivos, e hoje estão aqui preto no branco.

Obrigada pelo vosso carinho, respeito e amor que nos fizeram chegar neste período tão difícil da nossa vida. Serei-vos eternamente grata.

Um beijinho 

Andreia 



Sobre um amor que entrou sem pedir licença

20.4.21

O amor quando nasce pode ser de várias formas, não é preto no branco.

E foi na terapeuta do Tomás, que encontrei um dos amores mais bonitos que alguma pensei conhecer.

Um amor puro, genuíno, que vai muito além de "notas" ao fim do mês.

Lembro-me do dia em que lhe "dei" o meu filho Tomás para os seus braços, ela uma miúda de 24 anos, ele um bebé de quatro meses. Disse-lhe os meus sonhos, e o que ambicionava,  apresentei-lhe o método de estimulação que lhe fazia diariamente e confiei-lhe.

Nos primeiros dias ainda aferi o seu trabalho, ainda analisei os relatórios para perceber o que estava a ser feito, mas rapidamente percebi que tinha em mãos mais que uma terapeuta.

Aos poucos deixei-a assumir o seu comando e eu ganhei o meu papel de mãe. 

Eram quatro horas de trabalho árduo, em que tantas vezes foi mãe, irmã e terapeuta do meu filho.

A Filipa por incrível que pareça é um dos pilares mais fortes da nossa vida. Aquele pilar que ao abanar, arrasta uma família inteira.

Deixou-nos durante seis meses para ir viver um sonho e foram talvez os piores seis meses da nossa vida. 

Mas mesmo longe acompanhou o desenvolvimento do Tomás de perto e quando o seu avião aterrou, jurámos que nunca mias nos separávamos e assim foi até hoje.

Hoje não é só a teraputa do Tomás, é a irmã que sempre sonhei, é a minha confidente, é quem vive as minhas alegrias e as minhas tristezas em primeira mão, é a madrinha da Constança, é a minha sócia. É a minha estrela Guia!

É a nossa Filipa! Foi quem acreditou desde o primeiro dia, desbravou caminhos tantas vezes impossíveis e tornou o impossível, no possível!

Tem no seu trabalho um dom e o dinheiro nunca será suficente para lhe pagar o que fez e faz por nós.

A si Filipa desejo-lhe o que desejo para mim! Uma vida feliz!

Parabéns!! E que venham mais 31 ao seu lado 💗

Andreia




Dores de crescimento

8.4.21

Vê-los crescer dói, pelo menos a mim custa-me.

E se sou muito prática e descomplicada em algumas coisas, aqui sou super complicada. Demoro a aceitar o seu crescimento e isso vê-se no meu adiamento constante nas coisas mais simples, como nos berços, auto cadeiras e outras tantas que chegam a ser parvas. 

Sou daquelas mães que por mim aos 18 ainda usavam perfume Mustela.

Eles terão as suas dores de crescimento que fazem parte e nós como mães teremos as nossas. Queixamos-nos que não temos tempo para mais nada além deles e que a nossa vida é comandada pelas suas vidas mas tememos o dia em que não precisarão mais de nós. E que a nossa casa deixará de ter o barulho de fundo que tanto nos enlouquece mas que nos faz tão feliz.

Aos poucos as roupas de bebé dão lugar a roupas de adolescentes, com vontade própria. O cheiro a bebé dissipa-se no ar. Os berços passam a camas de meio corpo e o nosso colo começa a ser rejeitado em prol dos "amassos" dos namorados/as.

Todos os dias crescem mais um bocadinho e é quando dormem que sinto mais isso. A sua autonomia é prazerosa mas assustadora ao mesmo tempo.

É a vida e cabe-nos aceitá-la da melhor forma!

É aproveitar todos os bocadinhos porque se hoje custa, amanhã deixará saudades!

E vocês como são?

Look 
Boys&Girl | Maria Costura
Mum | Tia Bé