É muito fácil depois de sermos mães deixarmos de ter entidade. Rapidamente o nosso nome deixa de existir e é substituído por Mãe.
É incrível como numa fração de segundos, deixamos de ser mulheres para sermos só mães. As prioridades mudam e o nosso corpo muda por completo.
E a nossa vida de antes parece que nunca existiu. Passamos a ter o coração fora do peito e um colo quente como nunca sentido antes.
O pós parto não é fácil. Chega a ser duro, é um bebé que nos chega aos braços e que depende exclusivamente de nós, é um novo corpo, as noites mal dormidas e todo um cocktail de hormonas para gerir.
Vivemos numa bolha de amor, mas frágil e é um tempo que deve ser respeitado. Nem todas as mulheres saem da maternidade como a Carolina Patrocínio e são poucos os corpos que voltam ao lugar em poucos meses. É necessário respeitar a mudança e dar tempo ao tempo, sem exigir demais de nós.
Foi isto que procurei sempre nos meus pós parto. Foi recuperar com calma e só quando tivesse mentalmente preparada, sem pressas. Sabendo de antemão que a roupa voltaria a servir, mas no dia que estivesse disponível para recuperar dos quilos extra.
É preciso amar-nos! Não podemos exigir que nos amem e respeitem, quando não fazemos isso a nós próprias.
Não é uma questão do gordo ou magro, mas sim de gostarmos de nós!
A vida não acaba no dia em que somos mães, apenas está a começar! É preciso respeitar a mudança que um filho provoca na nossa vida mas também é necessário olharmos para nós próprias e percebermos que apesar de todo o amor que sentimos pelos nossos filhos, somos seres independentes e cada um tem a sua identidade. O nosso filho, que até então bebé, vai ser adulto e como nós também vai bater as asas.
Que antes dele, estamos nós! E só lhe podemos dar o melhor de nós se estivermos bem connosco próprias. Aos poucos e quando nos sentirmos preparadas é preciso reencontramos o nosso eu, esquecido naquele bloco de partos.
Voltarmos aos nossos gostos, ao nosso estilo, os jantares com as amigas, aos encontros às escuras com o marido e às nossas profissões, se for caso disso.
A isto chamo equilíbrio!
Voltarmos a sentir-nos completas e mulheres não depende da sociedade mas de nós. Os filhos são nossos mas um dia vão embora e é importante que quando forem exista uma mulher firme, que embora vazia, se sinta completa e forte.
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