A ciência dizia que nascia hoje mas quis um amor maior que isso não acontecesse.
Passaram cinco meses que a perdi para um bem maior. Cinco meses de um amor que não se vê mas que se sente.
Continua sem nome e assim será, porque isso para mim pouco importa. Não a vejo como anjo, não a personifiquei, porque não senti até ao momento essa necessidade.
Não tenho nada em mãos porque o amor que lhe tenho vai muito mais além do mensurável, não começa e acaba, como se fosse uma estrada.
Não a tenho fisicamente mas tenho-a o tempo todo dentro do meu coração, num lugar, que jamais alguém ocupará. Uma coisa tenho como certa será minha para sempre e viverá em mim até ao meu último suspiro.
Se continuei a ser feliz? Sim, Muito! Aprendi apenas a viver sem esta minha filha, a ouvi-la, e a tocar-lhe. Mas tenho-a viva em mim.
A vida meteu-nos à prova e hoje tenho a certeza que não havia outra escolha que não este caminho.
A prova disso foi o resultado da autópsia. As poucas dúvidas que tinha sobre a minha/nossa decisão dissiparam-me quando ouvi o médico a enumerar todos os problemas graves de saúde que tinha.
Resolvi-me. Aceitei. E segui em frente sem olhar mais para o que aconteceu.
Foi um capitulo que se fechou, sem arestas soltas e sem culpas.
O tempo é amigo, apazigua e da-nos as respostas no tempo certo.
Sei o seu lugar nesta nossa família. Tenho consciência do que ficou por viver e acima de tudo das folhas brancas que ficaram por pintar.
Mas aceitei! Respeitei! E resolvi-me!
Voltei a sorrir!
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